Defesa convenceu promotor da inocência de Dayanne, diz advogado da ré
O advogado Tiago Lenoir, defensor Dayanne Souza, afirmou, durante sua sustentação, na tarde desta quinta-feira (5), no Tribunal do Júri de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), que a defesa conseguiu convencer o promotor Henry Wagner de Castro da inocência da ré.
"A defesa conseguiu convencer o oitavo jurado nesse júri", disse Lenoir, referindo-se ao promotor –que seria o oitavo jurado--, que durante a sua explanação pediu a absolvição de Dayanne.
Ex-mulher do goleiro Bruno Fernandes, Dayanne é acusada pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho Samudio, filho ex-atleta com Eliza. De acordo com a acusação, ela ficou com o bebê e tentou escondê-lo da polícia depois que o desaparecimento da modelo se tornou público.
Segundo Lenoir, Dayanne só ficou com Bruninho a pedido do goleiro. O defensor afirmou também que a ré não tinha outra alternativa a não ser seguir as orientações de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que a orientou a entregar o bebê para Wemerson Marques de Souza, o Coxinha.
“Ela não teve intenção criminosa, ela agiu sob domínio de uma coação moral.”
O advogado disse também que Dayanne ficou presa por quatro meses --entre julho e dezembro de 2010-- mesmo sendo inocente. “Dayanne já teve um prejuízo moral de estar relacionada, de forma indireta, com determinadas pessoas desse processo.”
Lenoir sustentou ainda que não há nos autos referência de que Bruninho tenha sido sequestrado ou ficado sob cativeiro da acusada. Por fim, o advogado disse que "não houve dolo [intenção] neste sequestro” do bebê.
Antes de Lenoir, quem falou foi Francisco Simim, também advogado de Dayanne. Ele usou poucos minutos para defender a ré e citou bastante o goleiro Bruno.
“Todo mundo ficou decepcionado com o depoimento desse moço [Bruno]. Não tem lágrima de crocodilo nenhum. Foi o lado bom desse moço. Ele mostrou o lado bom [em seu interrogatório]. Todo mundo viu isso”, disse Simim.
Promotor pede absolvição de Dayanne
Henry Wagner de Castro pediu a absolvição de Dayanne durante sua explanação, que antecedeu as falas dos advogados da ré.
Segundo o promotor, após o caso se tornar público, Dayanne levou a criança para Wemerson Marques do Souza, o Coxinha. Castro sustentou que Dayanne entregou o bebê porque estava sendo pressionada pelo ex-policial civil José Laureano Assis, o Zezé.
Julgamento atrai curiosos e vendedores
"Peço a absolvição da Dayanne porque ela estava sendo coagida por Zezé." Após o anúncio do promotor, Dayanne começou a chorar. Castro afirmou que irá "denunciar Zezé no Tribunal do Júri". "Zezé, minha gente, é o cara que ajudou o Bola a matar Eliza."
Zezé não foi indiciado pela Polícia Civil nem denunciado pelo Ministério Público. As investigações contra o ex-policial começaram nos últimos meses depois que descobriram ligações telefônicas entre ele e Macarrão, nos dias em que Eliza e o bebê estiveram sequestrado.
Para a Promotoria, Zezé acompanhou o grupo que sequestrou Eliza desde o motel em Contagem (MG), no dia 5 de junho de 2010, até a data da morte da modelo, 10 de junho de 2010. O Ministério Público sustenta ainda que Zezé ajudou Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a matar Eliza.
Dayanne entrega Zezé
Na abertura da sessão desta quinta-feira (7), quarto dia do júri do goleiro Bruno Fernandes, Dayanne, que foi interrogada na terça-feira, pediu para voltar a falar --procedimento chamado de reinterrogatório-- e disse ter medo de Zezé, por acreditar que ele está "envolvido da morte de Eliza".
Segundo Dayanne, Zezé fez ligações para ela, depois que o desaparecimento de Eliza veio à tona, questionando se o filho de Eliza estava com ela. A ex-mulher de Bruno afirmou que, primeiramente, negou estar com o bebê. Em uma segunda ligação, Dayanne diz que Zezé lhe afirmou que Macarrão já tinha dito a ele que ela estava com a criança.
"O Luiz Henrique havia pedido que eu negasse estar com a criança para qualquer policial. Quando o doutor Zezé entrou em contato comigo, eu neguei, sim [que estava com a criança]. Depois, nessas ligações, mesmo diante da minha negativa, ele disse que o Luiz Henrique já tinha dito a ele que a criança estava comigo, mas que eu não levasse a criança na delegacia", afirmou.
Dayanne diz que Zezé a orientou a entregar a criança para Coxinha, no acostamento da BR-040.
"Estava preocupada, mas entreguei a criança ao Wemerson porque não tinha nada que o desabonasse, até porque na época que eu estive fora ele ajudou a cuidar da criança."
Questionada pela juíza Marixa Fabiane Lopes se ela teme Zezé, Dayanne respondeu que sim e citou o depoimento de Bruno feito ontem.
O advogado Tiago Lenoir, que defende o goleiro Bruno, informou que não foi feita nenhuma espécie de acordo: "Não houve acordo, agimos dentro da legalidade".
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