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Chuva provoca deslizamentos em Angra; Rio-Santos é parcialmente fechada

Do UOL, em São Paulo

24/03/2013 02h50Atualizada em 24/03/2013 14h06

A chuva que atingiu a região da Costa Verde do Rio de Janeiro na madrugada deste domingo (24) provocou quatro deslizamentos de terra na cidade de Angra dos Reis. Não há informações sobre feridos. A Rio-Santos está parcialmente interditada na altura da curva da praia de Monsuaba, devido à queda de barreira.

De acordo com a prefeitura, com a diminuição da chuva, não há desalojados. A escola do bairro Bracuhy, um dos mais atingidos e que estava sendo usada como abrigo, já foi fechada, e as pessoas atingidas pelo alagamento já retornaram às suas casas.

A Defesa Civil do município faz vistorias na cidade. A ponte da Banqueta, que já estava restrita à passagem de pedestres, desabou completamente. Equipes do serviço público estão no local montando uma operação de emergência para assegurar a passagem de pedestres apenas.

Um dos deslizamentos foi registrado na Estrada do Contorno (via que liga o centro de Angra, na altura da Costeirinha, à Vila Velha) e fechou três pontos durante a madrugada: Costeirinha, praia das Gordas e Tanguá. Às 10h de domingo, apenas o acesso à praia das Gordas estava interditado.

Outro deslizamento de terra provocou a interdição total da rodovia Rio-Santos às 3h na altura da estrada Santa Rita do Bracuhy, informou a Defesa Civil. Entretanto, com a pausa nas chuvas no início da manhã, a passagem foi liberada. Às 10h, segundo a prefeitura de Angra, a estrava estava parcialmente interditada na altura da curva da Monsuaba devido à queda de barreira. 

Por volta das 00h20, após quase seis horas de chuva, o Inea (Instituto Estadual do Ambiente) informou que a cidade entrou em estado de alerta máximo pela iminência de cheia do rio Mambucaba. A maré alta, que teve início por volta da 1h20, agravou a situação. Em apenas quatro horas, o município chegou a registrar cerca de 100 milímetros de acúmulo de água.

Um balanço divulgado pelo órgão dá conta de que houve alagamentos em várias localidades, dentre as quais, no Bracuhy, no Belém e na rua Rio Bonito, em Japuíba, por causa do transbordo dos rios do Meio e do Bracuhy. O rio Camorim é monitorado e não há risco de transbordamento neste momento. No Morro da Glória I, a queda de um muro atingiu uma residência; ninguém ficou ferido. 

O alagamento causado pelas chuvas também fez com que parte do telhado do Serviço de Pronto Atendimento (SPA), no centro da cidade, caísse. A Defesa Civil já liberou o local para que continue funcionando. Outro Serviço de Pronto Atendimento, em Ilha Grande, foi inundado e equipamentos do consultório de odontologia foram atingidos.

Baixada Fluminense e região Serrana

Na Baixada Fluminense, a subida dos rios Capivari e Pavuna acima do normal chegou a colocar a região em estado de alerta, mas, por volta das 2h50, o Inea informou o retorno para estado de atenção.

Nas cidades de Petrópolis, onde o nível de água ainda é elevado, e Teresópolis, na região serrana, o estado de atenção também está mantido por causa das cheias dos rios Quitandinha, Meudon e Paquequer .

Neste sábado (23), Petrópolis registrou 11 toques de alerta aos moradores das áreas consideradas de risco sobre a possibilidade de desabamento de encostas e alagamento de rios. As chuvas já deixaram 33 mortos e 44 feridos na cidade.
 

A primeira sirene tocou por volta das 15 horas. Ao ouvirem os toques, os moradores procuraram os pontos de apoio organizados pela prefeitura. Já no início da noite, a chuva parou e a Defesa Civil da cidade indicou que a situação não era mais de risco.

Durante o dia, as sirenes tocaram em cinco regiões da cidade --Quitandinha, Independência, 24 de Maio, Bingen e São Sebastião. A prefeitura registrou o maior índice pluviométrico no bairro de Quitandinha, de 77,8 milímetros.

Veja as cidades afetadas pelas chuvas no Rio e em São Paulo

  • Arte/UOL

MP instaura inquérito

A promotora de Justiça Zilda Januzzi Veloso Beck, da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Petrópolis, defendeu que os equipamentos pleiteados pela Defesa Civil, via parcerias, são “fundamentais” para assistência às vítimas.

Zilda instaurou nesta sexta (22) inquérito civil público para assegurar que as famílias recebam imediatamente o aluguel social e que, em caráter definitivo, sejam recompensadas com indenizações, compra assistida ou casas populares.

Obras emergenciais

Também nessa sexta (22), o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), autorizou a realização de obras para a estabilização de vias em três pontos atingidos pelas chuvas do último domingo (17).

As contenções, em caráter emergencial, vão acontecer nas ruas Bahia, no bairro Quitandinha, localidade onde houve mais mortes em decorrência das chuvas. A rua Antônio da Silva Ligeiro, no bairro Taquara, e a rua Euclides da Cunha, no bairro Castelânea, que ficaram instáveis depois de deslizamentos de terra, também serão contempladas.

* Com informações da Agência Estadão Conteúdo