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Acusado de simular morte de mulher com ketchup é recapturado

Homem é contratado para matar mulher em Pindobaçu, na Bahia, se apaixona pela vítima e simula crime com ketchup - Walterley Kuhin/UOL
Homem é contratado para matar mulher em Pindobaçu, na Bahia, se apaixona pela vítima e simula crime com ketchup Imagem: Walterley Kuhin/UOL

Anderson Sotero

Do UOL, em Salvador

09/04/2013 15h33

Após conseguir escapar com outros dez presos da delegacia de Senhor do Bonfim (375 km de Salvador), o homem que ficou conhecido por forjar um assassinato com ketchup foi recapturado na segunda-feira (8) 

A própria fama fez com que Carlos Roberto de Jesus fosse reconhecido por moradores. “Ele estava na cidade de Filadélfia [norte baiano], andando pelas ruas normalmente e tomando cerveja, mas os moradores reconheceram e o denunciaram para a polícia”, contou ao UOL o titular da delegacia de Senhor do Bonfim, Delmar Araújo.

Os presos tinham conseguido fugir no último dia 29 de março. Eles usaram uma corda feita com lençóis velhos, conhecida como “tereza”, para escapar da carceragem da delegacia. 

Entenda o caso

Carlos Roberto ficou conhecido depois que forjou, no ano de 2011, um assassinato na cidade Pindobaçu (400 km de Salvador). A ocorrência ficou conhecida como o “caso da mulher ketchup”.

O caso ganhou até repercussão internacional e foi publicado no site do jornal britânico "The Guardian". O "Daily Mail", outra importante publicação britânica, também contou a história.

Na época, de acordo com a polícia, ele teria sido contratado para assassinar uma mulher, Erenildes Aguiar Araújo, conhecida como Lupeta.

A mandante foi identificada como Maria Nilza Simões que chegou a procurar a delegacia alegando que, durante um assalto, um homem havia roubado R$ 1.000 dela. Mas, ao encontrar Carlos Roberto, que ficou conhecido como Roberto da Lupeta, os policiais descobriram o acordo firmado entre ele e a mulher para cometer o homicídio.

No dia do crime, em 24 de junho de 2011, ele teria percebido que a vítima era sua “conhecida” e decidiu encenar a morte usando molho de ketchup e uma faca.

Carlos Roberto ainda tirou uma fotografia da vítima que fingia estar morta, e entregou à mandante como prova da execução. Na fotografia, a “morta” aparece amordaçada em um matagal, com pernas e braços amarrados.

No entanto, dias depois, a mandante flagrou o ex-presidiário se beijando com a mulher que deveria estar morta em uma festa da cidade.

Para polícia, ele chegou a relatar que aceitou o acordo porque precisava do dinheiro. Ainda na época, ele e a falsa vítima foram indiciados pelo crime de estelionato.

A mandante do crime foi indiciada pelo crime de denunciação caluniosa por denunciar falsamente à polícia local que tinha se sido assaltada e tinha perdido R$ 1.000.

O delegado titular de Pindobaçu, Marconi Almino de Lima, contou nesta terça-feira (9) ao UOL que a mandante teria contratado o serviço por ciúmes de Roberto com a vítima.

“Parece que ele já tinha um caso com as duas. Foi tudo motivado por ciúmes. Os três inquéritos foram finalizados em 2012. Eu pedi a prisão preventiva de todos eles, mas até hoje ninguém foi julgado”, disse Almino.

Carlos Roberto, no entanto, está preso por causa de um mandado de prisão por conta de um flagrante de roubo e furto.

“Só ele está preso, mas por outro crime. Tentou fugir, mas não consegue nem se livrar da prisão porque as pessoas o reconheceram. Já elas continuam andando tranquilamente pela cidade”, disse o delegado.