Governo de SP nega uso de crack em hospital psiquiátrico e critica MP
A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo negou, em nota divulgada na noite desta quinta-feira (11), que haja consumo de crack e outras drogas dentro do hospital psiquiátrico Philippe Pinel, na zona norte da capital paulista, conforme divulgou o MPE (Ministério Público Estadual).
“A Instituição [hospital psiquiátrico Philippe Pinel] esclarece que não há consumo ou tráfico de drogas dentro da unidade. A afirmação, além de mentirosa, é ofensiva para com os pacientes, familiares e profissionais que atuam na unidade”, diz o texto.
Na manhã de hoje, o MPE entrou com uma ação civil pública contra o Estado, em que acusa a administração de Geraldo Alckmin (PSDB) de parar de cuidar doentes mentais no hospital para atender a demanda de usuários de crack, que passaram a ser internados involuntariamente desde janeiro deste ano.
Funcionários do Pinel relataram aos promotores que não receberam treinamento para lidar com usuários de drogas. Além disso, afirmaram, segundo a Promotoria, que os dependentes consomem drogas dentro da unidade de saúde. Há ainda relatos de agressões contra enfermeiros e até de roubos.
“É lamentável que a Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos e Saúde Pública faça acusações tão graves contra uma entidade de referência e excelência como é o centro Philippe Pinel e volte-se contra um projeto que visa salvar a vida de dependentes de crack.”, diz a nota.
Segundo a secretaria, o hospital não atende apenas dependentes químicos, conforme informou o MPE. “Existe um grande contingente de população atendida, independente da ação nova do governo do Estado”, diz o texto.
“Não houve prejuízo aos pacientes de outras patologias, já que cada vez menos a saúde mental exige internação, à exceção de quadros mais agudos, o que inclui crises decorrentes do uso do crack”, afirma a nota.
Ainda de acordo com a secretaria, os doentes mentais foram encaminhados a outros estabelecimentos, como o Instituto Bairral, Hospital Lacan, o Hospital Bezerra de Menezes, entre outros.
A pasta diz ainda que os casos de menor gravidade foram encaminhados para os Caps, de gestão municipal. “Quem define a gravidade de casos e quando os pacientes necessitam de leitos são os médicos, não promotores. É perigosa essa confusão indevida entre funções de promotor e de médico.”
* Com informações da Agência Estado
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