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Corretor de imóveis confessa ter assassinado seis taxistas no RS e alega falta de dinheiro

Cartaz colado por motorista em seu táxi expressa temor após a morte de motoristas de táxis em Porto Alegre - Andréa Graiz/Agência RBS
Cartaz colado por motorista em seu táxi expressa temor após a morte de motoristas de táxis em Porto Alegre Imagem: Andréa Graiz/Agência RBS

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

14/04/2013 12h29

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu na manhã deste domingo (14) o suspeito de ter assassinado seis taxistas em Porto Alegre e Santana do Livramento (498 km da capital), na fronteira com o Uruguai, no final de março. O homem preso foi identificado como Luan Barcelos da Silva, de 21 anos, morador do bairro Santa Cecília, na capital.

Tiros saíram na mesma arma

Três motoristas foram encontrados mortos na cidade fronteiriça, em 28 de março, e, dois dias depois, três taxistas foram assaltados e mortos em Porto Alegre. Em todos os casos, o assassino utilizou uma arma calibre .22 para atingir suas vítimas na cabeça.

A arma do crime ainda não foi encontrada, segundo divulgaram as autoridades, em coletiva de imprensa na manhã deste domingo, no Palácio da Polícia, em Porto Alegre.

"Ele confessou [os crimes] na presença de um advogado. Parece uma pessoa extremamente fria, contando detalhes caso a caso. Ele confessa que utilizou um revólver calibre .22 com sete tiros", explicou o chefe de Polícia do RS, Ranolfo Vieira Júnior.

De acordo com o delegado, o preso admitiu que utilizou munições diferentes, um tipo em Santana do Livramento e outro, em Porto Alegre, o que acabou confundindo os investigadores. Durante a apuração dos crimes, foi cogitado que se tratavam de dois casos, que talvez não tivessem relação entre si.  

Silva nasceu em Santana do Livramento, mas mora em Porto Alegre há dois anos. De classe média, ele disse aos investigadores que precisava de dinheiro. Entretanto, os policiais  apuraram que ele trabalhava como corretor de imóveis e ganhado, somente no ano passado, cerca de R$ 14 mil em comissões. Ele trabalhava também como professor de informática para crianças. A polícia não descarta que o preso sofra de problemas mentais.

Foram encontrados com ele objetos roubados das vítimas, roupas com manchas de sangue que batem com as descrições feitas por testemunhas e uma passagem de ônibus da cidade da fronteira para a capital no mesmo dia das primeiras mortes, na Quinta-feira Santa.

Há uma semana, a polícia divulgou a prisão de um suspeito, mas que logo foi descartada. O episódio gerou mal estar dentro das forças de segurança.

Necessidade

Silva não possui antecedentes criminais e disse que praticou os crimes por necessidade financeira. Estava como condomínio e o aluguel do apartamento atrasados há dez dias - o que, segundo ele, seria o estopim dos crimes. Dos latrocínios em Santana do Livramento, pegou R$ 470 e, em Porto Alegre, R$ 400.

Em depoimento, Silva disse que  não conhecia as vítimas. Ele descreveu seu modo de agir: embarcava pelo no banco de trás, mandava o taxistas pararem e disparava dois tiros nas cabeças das vítimas, sem anunciar o assalto. Depois de o motorista morto, ele recolhia dinheiro e celular.

Silva está preso no interior do Estado em uma casa penitenciária cuja identidade não foi divulgada pelas autoridades.