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Samu fará resgate de dependentes de crack com equipe de psiquiatras em SP

Camila Neuman

Do UOL, em São Paulo

26/04/2013 16h45

Cinco equipes do Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência) formadas por médicos psiquiatras serão destinadas para o resgate de dependentes químicos na cidade de São Paulo, segundo acordo firmado entre o governo do Estado e a prefeitura nesta sexta-feira (26).

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O serviço deve estar disponível em um mês e terá as despesas divididas entre o governo e a prefeitura, disse o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que firmou o acordo junto do governador Geraldo Alckmin em cerimônia realizada no Palácio dos Bandeirantes. Antes, profissionais da Secretaria Municipal de Saúde passarão por treinamentos de capacitação.

"Parece que demos um passo importante. Estamos caminhando e inovando na criação do Samu AD que pela primeira vez está 100% integrado. O Caps AD dará o suporte", disse Haddad.

Segundo o secretário de Estado de Saúde, Giovanni Guido Cerri, o serviço é inovador e está voltado para os casos graves, cujos dependentes não conseguem pedir ajuda sozinhos.

"Nem o Samu, nem o resgate do Estado tinham expertise para fazer esse trabalho antes. É uma inovação", disse Cerri.

Apesar de o serviço ser municipal, a atuação do Estado faz parte de uma nova parceira entre as esferas municipal e estadual no combate ao crack, que pretende também ampliar para dez o número de Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial), serviços ambulatoriais e de maior complexidade na cidade de São Paulo com funcionamento 24 horas. Hoje somente cinco Caps ficam abertos o dia todo.

"São Paulo será o primeiro do país a ter um Samu para álcool e drogas e uma central reguladora com um call center também com as despesas em parceria, além da ampliação dos consultórios de rua pelo município e ampliação de leitos de retaguarda pelo Estado", disse Alckmin.

O governo do Estado vai disponibilizar mais cem leitos de hospitais para a prefeitura, dos 1004 já existentes no Estado para pacientes em busca de tratamento de desintoxicação. O número de Unidades de Acolhimento e Residência Terapêutica Especial deve passar de 11 para 25 e mais 16 consultórios de rua --onde dependentes recebem informações sobre o tratamento- -devem ser criados até o fim de maio.

Segundo Alckmin, já houve 656 internações em 80 dias, 600 voluntárias e o restante involuntária, a partir de pedido das famílias.

Mais vagas

Os novos serviços devem diminuir a procura pelo Cratod (Centro de Referência a Álcool, Tabaco e Outras Drogas), no Centro de São Paulo, que teve aumento nos atendimentos neste ano, depois que um plantão judiciário passou a funcionar para agilizar casos de internação involuntária.

Assim que assumiu a prefeitura paulistana, Haddad fez restrições à política do governo estadual, sobretudo em relação à internação compulsória dos drogados. Essa medida foi anunciada por Alckmin no dia 11 de janeiro para internar os dependentes da região da cracolândia, no centro da capital, e recebeu duras críticas da gestão petista. (Com Estadão Conteúdo e Valor)