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Após violência na Virada Cultural, PM reforça segurança para a Parada Gay de SP

Edilson Saçashima

Do UOL, em São Paulo

22/05/2013 18h57

A PM (Polícia Militar) de São Paulo reforçará a segurança da 17º Parada Gay de São Paulo, que acontece no próximo dia 2 de junho, após a violência que deixou dois mortos durante a Virada Cultural, no último final de semana. Em encontro com a organização da parada, nesta quarta-feira (22), a PM definiu que aumentará o efetivo na região do trajeto do evento para 1.600 policiais. No ano passado, o contingente foi de aproximadamente 1.200 soldados.

“Sem dúvida a experiência da Virada Cultural influenciou no planejamento e readequação da nossa estratégia [para a Parada Gay]”, disse o tenente-coronel Wagner Rodrigues à reportagem do UOL. No último final de semana, durante a Virada Cultural, ocorreram casos de arrastões, roubos e brigas. Além das duas mortes --uma pessoa teria morrido por overdose e outra com um tiro no rosto--, cinco pessoas foram baleadas.

Além dos 1.600 policiais, haverá um grupo à paisana para mapear locais onde suspeitos se organizariam para planejar crimes. Por questões estratégicas, a polícia não divulga o número de soldados designados para essa função.

Nesta quarta-feira (22), em reunião com o prefeito Fernando Haddad, Fernando Quaresma, presidente da APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo), organizadora da Parada Gay em São Paulo, disse que há a preocupação com crimes de ódio, por causa do que ele chamou de um "recrusdecimento da homofobia".

Rodrigues, por sua vez, disse que a polícia não constatou um aumento no número de crimes de homofobia que façam a PM planejar um monitoramento diferenciado daquele que já é realizado.

Uma novidade que a PM pretende apresentar durante a Parada Gay é o uso de plataformas elevadas instaladas sobre os carros da polícia.

"Isso permitirá ao policial ter uma visão de um plano elevado e melhorar o monitoramento", disse Rodrigues.

A previsão é de que cinco carros adaptados sejam utilizados pela polícia em pontos estratégicos ao longo do trajeto da Parada Gay.

Outra preocupação dos organizadores é o consumo de bebida alcoólica e em especial o chamado vinho químico, composto por 90% de álcool misturados a corantes e açúcar. A comercialização desse tipo de bebida não será permitida e será coibida pelo polícia.

O tema da parada este ano será "Para o armário nunca mais! União e Conscientização na luta contra a homofobia". O objetivo dos organizadores é lutar contra possíveis retrocessos nos direitos já conquistados pela comunidade LGBT.  Nesta edição, a Parada Gay deve ter um trio elétrico que fará protestos contra os deputados federais Marco Feliciano (PSC-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ), e o pastor evangélico Silas Malafaia, além de outras pessoas que tenham agido contra os direitos conquistados pelos homossexuais.

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