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Índio terena morre em confronto com a polícia durante desocupação em Sidrolândia (MS)

  • Reprodução TV Morena

    Índio terena é morto durante conflito com policiais

Celso Bejarano

Do UOL, em Campo Grande

30/05/2013 11h16

Um índio morreu durante confronto com policiais militares e federais que entraram hoje cedo na fazenda Buriti, em Sidrolândia (67 km de Campo Grande), ocupada pelos índios 15 dias atrás. Oziel Gabriel, 35, pai de dois filhos, foi ferido no peito, segundo o deputado estadual Pedro Kemp (PT), ligado a lideranças indígenas. 

Índios e policiais federais entraram em confronto durante ação de reintegração de posse de área da fazenda. Agentes da Gigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) e da PF usaram bombas de efeito moral e balas de borracha. Os índios usaram pedaços de madeira e pedras. Ao menos quatro índios terena foram feridos. Eles foram levados para o hospital Dona Elmira Silvério Barbosa, mas um morreu

A Justiça Federal já havia determinado o despejo assim que a área foi invadida, em 15 de maio passado, mas a corte recuou dando prazo aos índios. Ontem (29), durante audiência com a participação dos terena e dos fazendeiros da região, em Campo Grande, ficou definido que os índios deveriam sair da área.

A fazenda pertence à família de Ricardo Bacha, ex-deputado estadual. Os índios brigam pela posse da área desde o início de 2000, quando a Funai, por meio de estudo antropológico, determinou que a área em questão é dos índios.

17 mil hectares

A União também declarou que a terra é indígena em 2011, mas os fazendeiros ingressaram com recursos e o caso corre até hoje na Justiça. Entre as cidades de Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia, existe uma área de 17 mil hectares, onde fica a fazenda Buriti, que seriam dos índios.

Até agora não se sabe quantos índios ocupam a fazenda Buriti. Até semana passada, os líderes indígenas diziam que ao menos 500 terena, entre adultos e crianças, íam resistir a investida policial.

Os indígenas estavam acampados desde 15 de maio. Os donos da área se recusaram a deixar o local e receberam voz de prisão para liberar a área e não aumentar ainda mais a tensão.

Demarcações

No começo de maio, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, criticou a Funai por falhas no processo de demarcação de terras indígenas e disse que o governo prepara um novo modelo, em que outros órgãos do governo seriam ouvidos.