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Delegado é indiciado por morte de jovem de 17 anos baleada na cabeça em Minas Gerais

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

10/06/2013 15h54

A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais indiciou nesta segunda-feira (10) o delegado Geraldo Toledo pelo homicídio da jovem A.L.S, de 17 anos, que morreu no dia 3 deste mês depois de ter ficado 51 dias internada em estado grave no Hospital de Pronto-Socorro João 23, em Belo Horizonte, após ter sido baleada na cabeça no dia 14 de abril deste ano.

O crime ocorreu dentro de um carro às margens de rodovia na cidade de Ouro Preto (95 km de Belo Horizonte).  De acordo com nota da polícia, a corregedoria concluiu ter sido o delegado o autor do disparo. Ele foi indiciado por homicídio qualificado.

Toledo está preso na Casa de Custódia da Polícia Civil, na capital mineira, e nega o crime. Segundo ele, a garota, com quem manteria um relacionamento amoroso, teria tentado o suicídio. No entanto, exames periciais da própria Polícia Civil descartaram a hipótese.

A delegada Agueda Bueno, responsável pelo inquérito, Solicitou à Vara Criminal de Ouro Preto, a prisão preventiva de Toledo. Ele estava sendo mantido preso por força de um mandado de prisão temporária que vence nesta terça-feira (11).

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Tiro

Segundo a Polícia Militar, no dia do crime, os militares foram acionados por uma testemunha que teria presenciado um casal brigando no interior do veículo, estacionado às margens da rodovia.

Chegando ao local, os policiais não encontraram o carro, mas, em seguida, foram informados da entrada da moça na unidade hospitalar de Ouro Preto com o ferimento a bala na cabeça. A testemunha anotou o número da placa do carro, que pertenceria ao policial civil.

Segundo os funcionários do hospital, um homem não identificado deixou a moça no local dizendo que ela teria tentado se suicidar. No entanto, em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais disse que Toledo foi quem a socorreu. Depois, a jovem foi transferida em estado grave para a capital mineira.

Agressão e processo

Em março deste ano, o mesmo policial já havia sido indiciado pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente por agressões feitas contra A.L.S. O inquérito está na 13ª Vara Criminal.

Toledo, que está na Polícia Civil mineira desde 2002, responde a um processo administrativo na corregedoria da instituição por ser suspeito de irregularidades no licenciamento de veículos, quando era titular da Delegacia de Trânsito de Betim (região metropolitana de Belo Horizonte).

Em 2011, Toledo chegou a ser preso também por supostas irregularidades no licenciamento de veículos, mas na cidade de São Joaquim de Bicas (região metropolitana de Belo Horizonte). Nesse episódio, segundo a Polícia Civil, o caso caminha para a abertura de um segundo processo administrativo contra ele na corregedoria da instituição.

A corporação informou que o policial permaneceu trabalhando, apesar do processo administrativo instaurado, "já que a lei lhe garante o direito de trabalhar e receber os vencimentos enquanto não for concluído qualquer processo em tramitação na Justiça e na Corregedoria da Polícia Civil", conforme nota emitida pelo órgão.