Polícia investiga se suspeitos de atirar em engenheiro no Rio assumiram crime por outros
O delegado José Pedro da Costa, titular da 21ª DP (Bonsucesso) do Rio de Janeiro, afirmou nesta terça-feira (11) que vai investigar se os suspeitos que se entregaram à polícia na segunda (10) como sendo autores dos disparos que atingiram o engenheiro Gil Augusto Gomes, 53, na entrada do Complexo da Maré, estão assumindo a autoria do crime por outras pessoas.
Para tanto, ele aguarda a recuperação do engenheiro, cujo estado de saúde é grave, para tentar fazer o reconhecimento dos suspeitos. Ele também determinou a busca pelo projétil que atingiu o engenheiro, para realizar um exame de confronto balístico com as armas apresentadas na delegacia.
"O rapaz [Maycon] que diz que atirou contou, em depoimento, que o engenheiro não teria obedecido ao sinal de parar. Ele teria ficado nervoso para sair da favela, mas sem saber por onde, acabou chegando muito perto dos traficantes, que atiraram pensando que era invasão. Vamos fazer a reconstituição do crime e o exame de balística para saber se eles estão falando a verdade", contou o delegado. "A certeza é que eles só se entregaram, porque o Menor P [chefe do tráfico np Complexo da Maré] não quer acelerar o processo de pacificação e não queria que a polícia entrasse na favela para procurar o autor do tiro."
Costa pediu a prisão temporária de Jone Barbosa, 32, e Maycon Douglas Eduardo da Silva, 18, por associação ao tráfico e tentativa de homicídio. O engenheiro foi baleado na cabeça, depois de ter entrado por engano na comunidade Vila do João, no Complexo da Maré. Ele seguia em direção ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, zona norte da cidade, quando recebeu uma ligação da mulher informando que ela já havia pegado um táxi. O engenheiro entrou na favela achando que se tratava de um retorno.
Casos semelhantes
Uma mulher de 52 anos morreu após ser baleada dentro de seu carro no município de São Vicente, litoral sul de São Paulo. Elza Gomes dos Santos viajava de Campo Grande (MS) para São Vicente orientada por um GPS, aplicativo de navegação, quando por volta das 13h do dia 31 de maio foi parar em uma favela situada no bairro de Vila Margarida, na cidade litorânea.
Para a polícia, Santos teria se perdido, já que a entrada da rodovia que leva ao bairro não é passagem nem para a praia, nem para o centro da cidade. Os policiais trabalham com a hipótese que criminosos jogaram uma bicicleta em frente do carro de Santos para que ela parasse. Contudo, Santos teria tentado fugir e acabou baleada na cabeça. A bicicleta foi encontrada embaixo do veículo e apreendida como prova.
Os bombeiros encontraram Santos ainda viva, sentada dentro do veículo. Ela foi encaminhada ao Centro de Referência de Emergência e Internação de São Vicente, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Seu carro, que não foi arrombado, tinha malas, eletrodomésticos, câmera fotográfica e uma televisão. Segundo a polícia, é possível que a mulher estivesse se mudando ou que viesse passar uma temporada no litoral paulista.
Na madrugada do dia 19 de maio, o assistente de direção da TV Globo Thomaz Cividanes, 25, dirigia um carro blindado, com placa de São Paulo, quando entrou por engano no Morro do Dezoito, no bairro de Água Santa, na zona norte do Rio, e também foi atacado a tiros por traficantes. Apesar da blindagem, ele foi ferido na perna por uma bala que conseguiu atravessar a porta.
A vítima tinha inserido no GPS do carro o endereço para onde iria: rua Jornalista Tim Lopes. No entanto, seguindo as indicações erradas do aparelho, acabou entrando na favela. Mesmo ferido, ele conseguiu dirigir até a rua Cairuçu, em Vila Valqueire, bairro próximo na zona norte, onde moradores chamaram policiais militares e bombeiros.
O rapaz foi levado ao hospital municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte. No dia seguinte, a vítima foi transferida para um hospital particular na capital paulista.
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