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Cabral diz que recebeu alerta para atentados terroristas de facção em protesto no Rio

Estação do metrô Cidade Nova, em frente a Prefeitura do Rio de Janeiro, amanhece com tapumes nas vidraças - Ale Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo
Estação do metrô Cidade Nova, em frente a Prefeitura do Rio de Janeiro, amanhece com tapumes nas vidraças Imagem: Ale Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo

Gabriela Voskelis

Do UOL, no Rio*

20/06/2013 16h34Atualizada em 20/06/2013 18h04

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), recebeu uma ligação telefônica do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na qual tomou conhecimento de que a facção criminosa Comando Vermelho poderia cometer atentados terroristas durante a passeata marcada para esta quinta-feira (20) no centro da capital fluminense para protestar contra o preço e a qualidade do transporte público no país.

Segundo a assessoria do governador, os principais alvos da facção, cujos membros estariam infiltrados entre os manifestantes, são Palácio Guanabara (sede do governo do Estado), a Prefeitura do Rio e a Assembleia Legislativa. O Palácio Guanabara foi cercado por grades.

Além disso, nesta manhã, estabelecimentos comerciais, agências bancárias e estações do metrô amanheceram cobertas de tapumes nesta quinta, devido aos riscos de depredação durante o protesto.

A assessoria do Ministério da Justiça disse desconhecer a origem da informação passada por Cabral e que, por se tratar de uma questão de inteligência, o dado não deveria ter sido divulgado. Até o momento, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não se pronunciou sobre o assunto. Segundo sua assessoria, ele está reunido com a presidente Dilma Rousseff em Brasília na tarde desta quinta.

Procurada, a Polícia Militar ainda não respondeu à reportagem do UOL sobre medidas adicionais de segurança durante a manifestação no Rio. A assessoria do governo estadual também não soube informar como seria a segurança do protesto, e a Secretaria de Segurança disse que não se pronunciaria sobre o assunto.

Manifestação

O ato será realizado na região central da cidade. Segundo o universitário Kenzo Soares, aluno da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e um dos membros do Fórum de Luta contra o Aumento das Passagens, a passeata terá o mesmo trajeto em relação aos atos anteriores: da Candelária à Cinelândia.

Revogação do aumento no Rio e SP

Os anúncios de revogação do aumento nas duas capitais foi feito no início da noite de quarta-feira (19), a menos de 24h das manifestações marcadas para hoje. No Rio, a medida foi apresentada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), segundo o qual o preço das passagens de ônibus na cidade será revogado. Desde o dia 1º de junho, a passagem de ônibus no Rio havia aumentado de R$ 2,75 para R$ 2,95, causando uma série de protestos pela cidade.

O prefeito anunciou ainda que os aumentos no metrô (de R$ 3,20 para R$ 3,50), trens (de R$ 2,90 para R$ 3,10) e barcas (R$ 4,50 para R$ 4,80) também serão revogados. Segundo Paes, o impacto no orçamento será de R$ 200 milhões ao ano.

Em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), anunciaram que o valor dos ônibus, metrô e trem voltará a R$ 3 a partir da próxima segunda-feira (24), ante os R$ 3,20 que atualmente são cobrados. Já a integração dos ônibus com o metrô e os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) voltará a custar R$ 4,65 --hoje o valor é R$ 5.

Niterói

A Prefeitura de Niterói, na região metropolitana do Rio, anunciou na noite de quarta-feira que a tarifa dos ônibus municipais será reduzida de R$ 2,95 para R$ 2,75. 

Durante protesto na cidade, manifestantes paralisaram a ponte Rio-Niterói, e centenas de passageiros que seguiam de ônibus para a cidade e já estavam na ponte desceram dos veículos e seguiram a pé para casa. O mesmo aconteceu para quem ia para o Rio de Janeiro. A Tropa de Choque utilizou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo e alguns policiais chegaram a sacar armas durante a confusão para retirar os manifestantes. Os confrontos continuaram pelo centro de Niterói.

*Colaborou Marina Motomura, em Brasília