Marcha das Vadias no DF reúne 3.000, diz PM; manifestante admite "cansaço" por atos
Em clima de tranquilidade e descontração, a Marcha das Vadias reúne na tarde deste sábado (22), em Brasília, cerca de 3.000 pessoas, segundo cálculos da Polícia Militar.
Os participantes se concentraram em frente ao Conjunto Nacional, no centro de Brasília, e caminharam rumo ao Eixo Rodoviário e devem seguir depois para a Torre de TV, no Eixo Monumental.
Diferentemente das últimas passeatas na capital, desta vez o clima é menos tenso -- não há cordões de isolamento, por exemplo.
Qual deve ser o principal tema dos próximos protestos no Brasil?
As participantes levam cartazes coloridos com dizeres feministas, como "se ser cachorra é ser livre, late que eu tô passando"; "mexeu com uma, mexeu com todas", "pelada ou vestida não é motivo de estupro", "sem pátria, sem partido, sem marido", "meu corpo pertence a mim" e "bolsa estupro, não" -- este último em referência ao Estatuto do Nascituro.
Lourdes de Sá Celestino, 61 anos, dona de casa, disse estar "amando" participar da marcha. Ela contou que está protestando por direitos iguais para as mulheres. "As mulheres nao podem ganhar menos trabalhando igual ou até mais que os homens"
Segurava um cartaz que dizia "50% mulher obirgatorio nos cargos politicos eleitorais"
Lourdes veio acompanhada da filha Bernardete Celestino, 40 anos, que é uma das organizadoras da marcha. Ela disse que a expectativa era reunir 6.000 pessoas e que o número ficou abaixo por conta do jogo de futebol do Brasil na Copa das Confederações, marcado para às 16h de hoje, e das outras marchas que têm acontecido na cidade, o que acabou dissipando o público. "Eu mesma estou cansada, participei de outras passeatas".
Nos últimos dez dias, Brasília teve cinco manifestações, desde atos contra os gastos com o Estádio Nacional Mané Garrincha, na última semana, aos protestos desta semana que ocuparam o Congresso Nacional e a Esplanada dos Ministérios.
Marcelo Mafacchina, 28 anos, diz que é simpatizante da causa. Foi para a marcha dizendo que não concorda com a intervenção do Estado no corpo da mulher. "Não cabe à sociedade opinar sobre como elas devem se vestir e o que elas devem fazer."
A estudante de Medicina Bárbara Denize, 25 anos, veio protestar contra diversas medidas que ela considera "retrocesso", como o questionamento do direito ao aborto e o Estatuto do Nascituro. Ela está com um cartaz contra o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, dizendo que "sua fé não nos oprime".
O único momento de maior tensão na marcha foi quando um mendigo, aparentemente bêbado, chamou as manifestantes de "vagabundas" e abaixou as calças. Ele foi hostilizado aos gritos de "machista".
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