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Não é assim que se faz oposição, diz Cabral sobre protestos no Rio

Manifestantes tentam escapar da polícia próximo ao Palácio da Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, em protesto pela renúncia do governador - Ricardo Moraes/Reuters
Manifestantes tentam escapar da polícia próximo ao Palácio da Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, em protesto pela renúncia do governador Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

Julia Affonso

Do UOL, no Rio

12/07/2013 13h51

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou nesta sexta-feira (12) que o protesto contra seu mandato, na noite de quinta-feira (11), na frente no Palácio Guanabara, sede do governo do Estado, em Laranjeiras, na zona sul da capital fluminense, não é forma de fazer oposição. "Não é assim que se faz oposição, há outras maneiras de se fazer”, disse.

Sobre as bombas de gás lacrimogêneo que explodiram na porta da Clínica de Saúde Pinheiro Machado, ele afirmou que excessos do lado da Polícia Militar e da parte dos manifestantes deve ser repudiado.

“Não é atacando pessoas, o Palácio. [Oposição] se faz com debates de ideias, discussão de maneira democrática. Essa oposição que veio para cá ontem não respeita o diálogo", disse ele. "Qualquer excesso de ambos os lados deve ser repudiado."

O protesto em frente ao Palácio Guanabara, que reuniu cerca de 500 pessoas, segundo a PM, terminou em confronto com a polícia. Os manifestantes foram dispersados pela PM, que jogou bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral. A confusão começou depois que rojões foram lançados na direção dos PMs que cercavam o prédio.  Após o confronto, um cordão formado por cerca de cem policiais foi formado em torno do palácio, para onde os manifestantes voltaram.

Houve nova confusão, e bombas de efeito moral e balas de borracha foram utilizadas mais uma vez. Uma barricada foi improvisada na rua, com lixo incendiado. Os estabelecimentos comerciais da região fecharam as ruas às pressas. Moradores desceram dos seus apartamentos reclamando da fumaça das bombas de gás lacrimogênio.

Ao tentar fugir da polícia, um grupo de manifestantes entrou na Casa de Saúde Pinheiro Machado, vizinha ao Palácio Guanabara. Segundo funcionários do estabelecimento, todo o local se encheu de gás lacrimogêneo e a polícia invadiu a casa atrás dos manifestantes.

Sobre as reivindicações dos manifestantes em diversas áreas do setor público, Cabral afirmou que o processo de melhoria do serviço se dá continuamente.

"O Estado do Rio de Janeiro vivia outra realidade há sete anos. Comparando com aquela época, houve grandes avanços. Depois de 12 anos sem reajustes, o Estado tem o melhor salário de professores do Brasil, depois de Brasília”, afirmou o governador. “Estamos construindo 18 km de metrô e fazendo a maior extensão da história do Estado. É uma revolução."