Topo

Acusado de ajudar Mizael no assassinato de Mércia vai a júri hoje em Guarulhos (SP)

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

29/07/2013 06h00

O assassinato da advogada Mércia Nakashima começa a ter o julgamento finalmente encerrado a partir desta segunda-feira (29) no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. A partir das 9h, vai a júri popular o vigia Evandro Bezerra da Silva, acusado de ser o comparsa do advogado Mizael Bispo da Silva no crime que chocou o país em maio de 2010. Atualmente no presídio Romão Gomes, Mizael foi condenado em 14 de março deste ano a 20 anos de reclusão.

  • Mizael Bispo de Souza foi condenado pela morte da ex-namorada Mércia Nakashima

  • O corpo de Mércia Nakashima foi encontrado em junho de 2010 em uma represa de Nazaré Paulista

Segundo o Ministério Público, o vigia --que está no presídio de Tremembé 2 e teve o júri desmembrado a pedido de sua defesa –teria levado Mizael ao encontro de Mércia antes de ela ser assassinada. O corpo e o carro da advogada foram encontrados em uma represa na cidade de Nazaré Paulista, na Grande São Paulo.

Sobre o agravante de crime torpe, por exemplo --segundo a acusação, Mizael se sentia humilhado pelo fim do relacionamento--, o policial reformado foi condenado por um júri de cinco mulheres e dois homens.

No último dia 14 de fevereiro, em depoimento prestado à Justiça, o vigilante pela primeira vez associou Mizael ao assassinato de Mércia Nakashima. Perante o juiz e o promotor do caso, e em presença de seu advogado, afirmou que o policial o teria buscado em uma festa antes do crime. "Se ele me explicasse [o motivo], não teria ido", relatou o vigilante, que afirmou ainda ter visto o PM aposentado com duas armas: "uma pistola e um revólver".

“O Mizael precisava de alguém para trazê-lo de volta da represa, e nada melhor que um conhecido, e que conhecesse bem a região, como o Evandro, para fazer isso”, disse o promotor do caso, Rodrigo Merli, em entrevista coletiva na última sexta-feira (26).

Segundo o promotor, há depoimentos de testemunhas que teriam visto Mizael e Evandro juntos antes e depois do crime e rastreamento de ligações telefônicas entre ambos que comprovariam a presença na região em que a advogada foi morta.

A estimativa de Merli é que, sem parte dos agravantes pelos quais Mizael foi condenado, o vigilante obtenha a pena máxima de 18 anos.
Ao contrário do julgamento do policial reformado, o do suposto comparsa, por decisão do Tribunal de Justiça, não será transmitida em tempo real.

Júri de Mizael ao vivo tem bate-boca, bajulação e lágrimas

O crime

O crime aconteceu em 23 de maio de 2010 em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo a perícia, Mércia foi atingida por um tiro no rosto, que não a matou. Em seguida, o veículo foi empurrado para dentro de uma represa, onde ela morreu afogada.

O corpo foi achado em 11 de junho no carro dela na represa de Nazaré Paulista. Em agosto, Mizael chegou a ser preso logo depois, mas foi liberado em agosto daquele ano por conta de um habeas corpus.

Mizel teria tido a ajuda do vigilante Evandro Bezerra da Silva, 40, também acusado pelo crime.

Os dois foram denunciados por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, cruel e sem possibilidade de defesa da vítima). Eles negam participação no crime.

Para o Ministério Público, a advogada foi morta porque Mizael não aceitava o fim do relacionamento. Após mais de um ano foragido, Mizael se entregou em 24 de fevereiro de 2012 e está preso no presídio da Polícia Militar.