Site do PMDB é hackeado; mensagem cobra Cabral sobre sumiço de Amarildo
O site do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), partido do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, foi hackeado nesta segunda-feira (12) pelo grupo Anonymous Brasil.
Ao invés de informações sobre a legenda, quando o site é acessado uma mensagem cobra o reaparecimento do pedreiro Amarildo Dias de Souza, sumido desde o dia 14 de julho. “Sérgio Cabral, cadê o Amarildo”, diz o texto.
Um texto e um vídeo postados no site pelos manifestantes relatam o desaparecimento do pedreiro.“O Brasil está cheio de Amarildos em todo lugar. Em 2012 foram mais de 2.000 desaparecidos só no Rio de Janeiro! O Amarildo representa eles e muito mais”, continua a mensagem que aparece na página inicial do site do PMDB. “O Rio quer saber onde está o Amarildo! O Brasil quer saber onde está o Amarildo! O Brasil quer saber, senhor governador, para onde a Polícia Militar do Rio de Janeiro levou o Amarildo!”
Amarildo, 43, desapareceu em 14 de julho, quando foi levado por policiais militares de sua casa, na favela, à sede local da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), supostamente "para averiguação".
A assessoria da presidência do PMDB informou que o seu departamento de tecnologia está investigando eventuais falhas. O caso ainda será avaliado e poderá ser levado à Polícia Federal, informou a assessoria.
Dia dos Pais
A mulher, Elizabeth, e os seis filhos do ajudante de pedreiro compareceram no domingo (11) ao ato de solidariedade, organizado por diversas instituições da sociedade civil em alusão ao Dia dos Pais para cobrar das autoridades um desfecho para o caso Amarildo.
Elizabeth disse que todas as acusações de envolvimento dela e do marido com o tráfico são mentirosas e visam a desviar o foco de atenção das investigações sobre o desaparecimento do marido. "Isso é tudo mentira. Para eles falarem isso, tem que ter prova", declarou, ao comentar o relatório apresentado pelo ex-delegado adjunto da 15ª Delegacia Policial (DP) da Gávea, na zona sul da cidade, Ruchester Marreiros. Nas suas investigações, o delegado indicava o envolvimento do pedreiro e de sua mulher com o tráfico na comunidade. O relatório foi desconsiderado pelo delegado titular da 15ª DP, Orlando Zaccone.
A mulher do pedreiro declarou ainda que, sem imagens, fica fácil falar qualquer coisa. "Estão querendo sair do foco e querendo me envolver". Segundo Elizabeth, a casa onde mora nunca foi usada por traficantes. "Minha casa nunca foi alvo de nada". Ela disse que está com medo da polícia, "porque a gente não sabe o que está no coração deles. Já que estão inventando isso, então para poder fazer alguma coisa de ruindade comigo e com minha família, está custando pouca coisa".
Vídeo de Amarildo saindo de UPP gera dúvidas em investigação
Afronta
O novo comandante das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Rio de Janeiro, coronel Paulo Frederico Borges Caldas, 48, assume o cargo em meio a investigações sobre a participação de policiais militares da UPP da Rocinha no desaparecimento de pedreiro Amarildo, ataques à sede do Afroreggae, no Complexo do Alemão, na zona norte, e a decisão sobre o local onde será implantada a próxima unidade de polícia pacificadora.
"As questões do Afroreggae no Alemão e do Amarildo acabaram acendendo uma luz vermelha. É uma afronta ao poder público. Eu acredito no programa das UPPs, e isso é fundamental", afirmou o novo comandante ao UOL. "Mas sei da necessidade de fazer correções de rumo, não é um programa perfeito. Em breve, vamos ter um reforço de cem policiais no Alemão."
De acordo com Caldas, a primeira medida à frente das UPPs será investir no treinamento dos policias. Não serão feitos novos cursos. As aulas que a tropa já tem serão intensificadas.
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