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Homem que confessou ter matado enteado de três anos no Rio é levado para Bangu

O garoto Davi, de 3 anos, que morreu vítima de espancamento no início do mês, no Rio de Janeiro - Divulgação
O garoto Davi, de 3 anos, que morreu vítima de espancamento no início do mês, no Rio de Janeiro Imagem: Divulgação

Felipe Martins

Do UOL, no Rio

13/08/2013 16h01

O padrasto do menino de três anos que morreu vítima de espancamento no início do mês no Rio de Janeiro foi encaminhado na tarde desta terça-feira (13) para o Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste da cidade. Wagner de Simoni foi preso na segunda (12) e confessou ter agredido o enteado após o garoto se recusar a tomar um copo de achocolatado.

O menino, Davi, chegou à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Engenho Novo, zona norte da cidade, dez horas depois das agressões, já morto, no último dia 5. Na unidade, a mãe do menino, Dayane Rodrigues da Costa Silva, 26, afirmou que o garoto havia caído da escada.

A equipe médica desconfiou da versão. São citados no relatório médico várias lesões no abdome e na cabeça do menino, além de marcas de mordidas nas pernas e nos braços. No mesmo relatório, a equipe apontou a suspeita de morte por causa violenta.

A 25ª DP (Engenho Novo) foi avisada e passou a investigar o caso. Ouvidos na delegacia na segunda-feira, o padrasto do menino admitiu o crime e a mãe confessou  que havia mentido quando levou o filho à UPA.

Ela chegou a passar mal e precisou ser hospitalizada. Ainda no depoimento, segundo a delegacia, ela admitiu que sabia das agressões  e de outros castigos, como obrigar o garoto a ficar acordado a noite toda.

“Como o menor se recusou a tomar o seu leite, o seu Nescau, ele acabou dando um soco no abdome da criança, levando o menino a óbito”, disse o delegado titular da 25ª DP, Antenor Martins.

Ainda no depoimento, a mãe disse que o menino começou a passar mal por volta das 11h, mas foi levado à UPA apenas  às 21h.

O advogado do homem preso, Daniel Maximiliano, confirmou a admissão de culpa. “Meu cliente já assumiu as responsabilidades dele. Nós vamos apenas trabalhar por uma aplicação mínima da pena legal. Não há realmente muito o que fazer”, disse.

 O padrasto foi indiciado por tortura seguida de morte e pode pegar até 16 anos de prisão.  A mãe do menino, que está grávida de dois meses, foi indiciada por omissão relativa à tortura, mas, segundo a polícia, no decorrer das investigações, pode também responder por homicídio, caso venha a ficar provado o envolvimento no crime.

“O fato de a mãe ver uma criança passando mal e não tomar nenhuma atitude demonstra uma frieza sem par”, disse o delegado assistente da 25ª DP, Bruno Gilaberte.

A reportagem do UOL tentou entrar em contato com o advogado da mãe do menino, mas até o fechamento desta reportagem ele não havia atendido às ligações.