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Três ônibus são incendiados em protesto por morte de morador de favela no RJ

Três ônibus foram incendiados e uma carro da polícia foi danificado durante manifestação em favela no Rio - Ale Silva/Futura Press
Três ônibus foram incendiados e uma carro da polícia foi danificado durante manifestação em favela no Rio Imagem: Ale Silva/Futura Press

Do UOL, em São Paulo

14/08/2013 09h46Atualizada em 14/08/2013 11h09

Três ônibus foram incendiados e uma carro da polícia da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) foi danificada durante manifestação na favela Parque Proletário, no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira (13).

O protesto foi motivado pela morte de Laércio Hilário da Luz Neto, 17, que, segundo moradores, estava desaparecido desde segunda-feira (12), quando foi abordado por policiais. O corpo de Laércio foi encontrado em uma laje.

O coronel Frederico Caldas, coordenador da Polícia Pacificadora, esteve no local e afirmou que não há qualquer indício de que o jovem que teria sido abordado por policiais militares.

Três ônibus são queimados após morte de jovem no Rio

“É preciso realmente investigar a causa da morte desse jovem e é muito prematuro imaginar que em função da abordagem de policiais ele teria sido morto”, disse o coronel.

A Polícia Militar informou que policiais da UPP foram chamados por moradores para verificar uma ocorrência em que um jovem foi encontrado morto na laje de um prédio.

Em contato com familiares, foi verificado que o corpo era do rapaz que estava desaparecido. Com a aproximação dos policiais, um grupo de moradores teria iniciado o protesto. A polícia diz que ouviu disparos de tiros vindos do alto da comunidade, mas não revidou.

O pai da vítima, Ladilson Hilário, não mora no local, mas diz acreditar na versão dos moradores. “Viram ele sozinho, descendo da casa da namorada dele, pegaram ele sozinho, pegaram ele na covardia”, disse Hilário.

Ele reclama da violência e afirma que “não são todos os tipos de policiais que sabem trabalhar na comunidade”.

Segundo nota da PM, “feita a perícia pela DH [Divisão de Homicídios], informações preliminares passadas pelo delegado presente revelam que não havia sinais exteriores de violência ou perfurações por arma de fogo no corpo do jovem”.  Ainda de acordo com a nota, somente a necropsia poderá definir a causa da morte.

Caso Amarildo 

O desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, 43, completou nesta quarta-feira (14) um mês sem qualquer avanço na investigação ou informação oficial sobre seu paradeiro.

Amarildo também teria desaparecido após abordagem de PMs. Ele teria sido levado até a base da UPP da Rocinha, favela da zona sul ocupada em novembro do ano passado, "para averiguação".

De acordo com o comandante da unidade, major Edson dos Santos, ele foi liberado em seguida, quando se constatou que ele havia sido confundido com outra pessoa, e deixou o local caminhando. O pedreiro nunca mais foi visto.

Desde o dia 14 de julho, quando foi visto pela última vez, seu nome virou um símbolo da violência no Rio de Janeiro e provocou uma série de manifestações pelo Brasil e pelo mundo. Hoje, mais uma vez, familiares e moradores da Rocinha organizam a partir das 18h um protesto na comunidade para chamar a atenção para o caso.