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RS tem primeira morte confirmada após chuvas do final de semana; Defesa Civil prevê mais estragos

São Sebastião do Caí (foto) é a cidade em situação mais preocupante - Bruno Alencastro/Agência RBS
São Sebastião do Caí (foto) é a cidade em situação mais preocupante Imagem: Bruno Alencastro/Agência RBS

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

26/08/2013 18h33

A primeira morte em decorrência das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o final de semana foi registrada nesta tarde. Jeferson Bos, 24, foi encontrado sem vida pelos vizinhos, dentro d'água, na rua Hortêncio Rodrigues Machado, em Montenegro (81 km de Porto Alegre), no Vale do Caí.

Mesmo com a redução no volume das precipitações, a Defesa Civil informou que os rios da região metropolitana estão acima da capacidade e ainda vão receber grande quantidade de água desce da serra até o rio Guaíba, na capital, o que deve acarretar mais estragos. 

A Defesa Civil anunciou às 23h desta segunda-feira (26) que 7.651 pessoas foram atingidas pelas cheias e 2.446 estão desabrigadas.

Uma equipe do Samu foi acionada para socorrer Bos, mas os atendentes conseguiram chegar somente a três quadras do local, por causa da enchente que cobre parte da cidade.

"Lá onde ele mora, não dá mais pé. Só de barco", disse um socorrista à reportagem.  Conforme uma testemunha que não quis se identificar, Bos estava em casa, já ilhada pela água do rio Caí, que transbordou, e avisou a mulher que tentaria ir à residência de um vizinho.

Como ele demorou para retornar, seus parentes saíram à sua procura. Os indícios apontam para que ele tenha caído de uma escada de madeira e levado pela correnteza.  O homem foi levado ao IML, que deve atestar a causa de sua morte.  

Água que desce da serra

A situação dos rios na região metropolitana de Porto Alegre, que já estão acima de sua capacidade por causa do grande volume de chuva dos últimos dias, ainda pode piorar. Mesmo com a diminuição significativa e o cessar da precipitação previstos para estas terça e quarta-feira, uma grande quantidade de água desce da serra e chega nos vales até o rio Guaíba, na capital. 

"O Guaíba está com 2,70 metros no Cais do Porto, no centro da cidade, a quatro degraus para alcançar o nível da rua. É uma condição preocupante", avalia o chefe da divisão de apoio técnico da Defesa Civil do RS, tenente coronel Éderson Franco.

Porém, com a mudança do vento sul, que represava a água, o volume do Guaíba encontrará, mais facilmente vazão em direção à lagoa dos Patos e, de lá, para o oceano. Independente disso, a atenção está redobrada para as comunidades ribeirinhas, em especial nas ilha do Guaíba, onde centenas de famílias carentes se abrigam em palafitas de madeira.   

"Nosso prognostico é a partir de amanha diminuição das chuvas. Estão previstos 8 milímetros de precipitação pluviométrica para esta terça-feira. Mas o grupamento de busca e salvamento já faz a retirada de famílias das ilhas da Pintada e do Pavão, assim como os rios Caí, do Sinos e Jacuí estão sendo monitorados e suas comunidades atendidas", explicou Franco. 

Segundo dados da Defesa Civil, os rios das Antas, Paranhana, Caí, Taquarí e o Arroio Sapucaia, na região metropolitana, transbordaram e as águas invadiram áreas urbanas, atingindo residências e obrigando a remoção de famílias para abrigos.