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Últimos dois réus do caso Eliza começam a ser julgados em Minas Gerais

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

28/08/2013 06h06Atualizada em 28/08/2013 11h07

O julgamento dos dois últimos réus do caso Eliza Samudio começou por volta das 9h desta quarta-feira (28) no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Elenílson Vítor da Silva, ex-administrador do sítio que pertencia ao ex-goleiro goleiro Bruno Fernandes, localizado em Esmeraldas (MG), e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, amigo do jogador, são acusados do sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio. Os dois respondem ao processo em liberdade, mas ficaram presos por seis meses durante as investigações.

Cinco homens e duas mulheres formam o corpo de jurados. Após o sorteio, a sessão chegou a ser suspensa porque uma testemunha de defesa ainda não havia chegado ao Tribunal. O júri foi retomado por por volta das 11h.

Uma das testemunhas da defesa, Tayara Júlia Dimas, foi dispensada no início da tarde. Segundo o advogado Paulo Sávio Guimarães, que defende Wemerson, ela foi liberada porque a ideia era contrapor o depoimento dela com o do policial civil Sirlan Versiani Guimarães, primeira testemunha a ser ouvida hoje.

Como o depoimento do policial não trouxe nenhuma novidade, a segunda testemunha foi dispensada. Tayara é quem quem teria cuidado do filho de Eliza durante o sequestro.

A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues suspendeu a sessão e determinou uma hora de intervalo para o almoço. Em seguida, no retorno dos trabalhos, os réus deverão ser interrogados na parte da tarde.

A sessão encerra a série de julgamentos dos réus acusados da morte da ex-modelo, que desapareceu em junho de 2010 e foi considerada morta, pela Justiça, em janeiro deste ano.

Segundo o advogado Paulo Sávio Guimarães, defensor de Wemerson Souza, a estratégia da defesa será pedir o mesmo tratamento dado a Dayanne Souza, ex-mulher de Bruno, que a pedido do Ministério Público foi absolvida, em março deste ano, da acusação do sequestro e cárcere privado da criança.

“A expectativa da defesa é mostrar aos jurados que eles não cometeram crime algum. Que eles não sequestraram a criança, mas apenas a receberam das mãos da Dayanne. Se alguém sequestrou, foi a Dayanne. Não há nem o que se falar em cárcere privado, porque eles apenas receberam a criança e a entregaram a uma babá”, disse.

Segundo a investigação, o filho de Eliza teria sido sequestrado quando da morte dela, e levado a um bairro da cidade de Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital mineira. A polícia conseguiu localizar o paradeiro do menino e o devolveu ao pai de Eliza.

Posteriormente, a mãe da moça conseguiu a guarda do neto.

Em entrevista ao UOL, o promotor Henry Castro havia adiantado que, ao contrário do caso de Dayanne, irá pedir a condenação da dupla.

Segundo o promotor, os dois eram subordinados ao goleiro e estariam cientes do plano para eliminar Eliza desde o começo. Já Dayanne, na visão da promotoria, teria sido coagida a entrar na trama e, mesmo assim, teria feito isso somente nos últimos dias do desfecho do caso.

Réus já condenados

Além da absolvição de Dayanne, o caso Eliza Samudio teve quatro condenações. Em novembro do ano passado, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foi condenado a 15 anos de prisão, em regime fechado, pela morte de Eliza. Nesta ocasião, Fernanda Gomes de Castro, outra ex-amante de Bruno, foi sentenciada a cinco anos de prisão, em regime aberto, pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela.

Já em março deste ano, no mesmo julgamento que livrou Dayanne, o goleiro Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza.

No mês seguinte, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o executor da moça, foi condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato de Eliza.

O Ministério Público ainda solicitou à polícia investigações complementares sobre a suposta participação do policial civil aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, no plano para matar a jovem. Ele nega envolvimento no caso.