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Grupo tenta invadir sede da Globo e depreda lojas no DF; Choque impede aproximação de estádio

Guilherme Balza

Do UOL, em Brasília

07/09/2013 13h10Atualizada em 07/09/2013 19h41

Um grupo de manifestantes tentou invadir a sede da TV Globo, localizada na região central de Brasília, por volta das 13h deste sábado (7). Eles participavam de um protesto que teve início na Esplanada dos MInistérios, passou pela rodoviária central e seguia em direção ao estádio Mané Garrincha, palco do duelo entre as seleções do Brasil e da Austrália a partir de 16h. A maior parte dos participantes do ato não se envolveu na confusão. Ao menos cinco manifestantes foram detidos em Brasília neste sábado.

Os manifestantes atiraram pedras contra o prédio da emissora, atingindo carros que estavam no estacionamento, e tentaram arrombar a porta que dá acesso ao prédio. Os poucos seguranças que estavam no local conseguiram evitar a invasão. Com a chegada do batalhão de Choque,  os manisfestantes correram e passaram a quebrar vitrines de estabelecimentos comerciais de um prédio vizinho à Globo. 

Em seguida, o Choque disparou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra o grupo, que revidou atirando pedras. Um manifestante, que ficou para trás, foi agredido e detido pela PM. 

Após o confronto, a manifestação se dispersou. Um dos grupos atirou pedras contra a vitrine de uma loja da JAC Motors e quebrou vidros de um carro que estava em frente à concessionária. Minutos depois, a Rotam e o batalhão de Choque voltaram a jogar bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. No tumulto, policiais da Rotam ameaçaram jogar os carros em que estavam em direção a um grupo que atravessava a rua.

Na sequência, alguns manifestantes tentaram ocupar a W3 Sul e foram reprimidos pela polícia, que usou spray de pimenta. Um deles, menor de idade, foi imobilizado, detido e levado ao Departamento da Polícia Federal. Segundo o irmão dele, que não quis se identificar, a PM o prendeu sem motivo. Pouco antes, outros dois manifestantes também foram detidos após serem revistados. Segundo a PM, houve outra detenção no início da manhã, de um manifestante mascarado que recusou se identificar à polícia.

Por volta de 14h30, cerca de 300 manifestantes tentaram se aproximar do estádio Mané Garrincha, mas foram reprimidos pela polícia, que usou grande efetivo para contê-los. Além do batalhão de choque, que disparou dezenas de bombas de gás e efeito moral, foram mobilizados a cavalaria, helicópteros e dezenas de carros e blindados.

Um fotógrafo da agência Reuters torceu o pé após cair no momento em que fugia de um cão do Choque que estaria ameçando o morder. O fotógrafo Fábio Braga, da "Folha", também foi atacado por cachorros da PM, mas não ficou ferido.

Congresso

O ato começou em frente ao Congresso Nacional, logo após o desfile cívico na Esplanada dos Ministérios. Mais cedo, ativistas tentaram ultrapassar uma barreira policial e invadir o Congresso, mas foram contidos pela PM, que usou spray de pimenta em três momentos.

Os manifestantes carregam cartazes, apitam e gritam palavras de ordem. Entre as reivindicações, estão o fim do voto secreto no Congresso, protesto contra a corrupção e contra a TV Globo. Participam do ato movimentos da juventude, como o Levante Popular da Juventude, a Anel e o Juntos, sindicatos e o Movimento Brasileiro de Combate à Corrupção.

Com quatro grandes eventos previstos para este sábado, e público estimado em mais de 150 mil pessoas, a Secretaria Segurança Pública do governo do Distrito Federal anunciou que colocou mais 4.000 policiais militares nas ruas da capital.

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