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Após reunião em Brasília, funcionários dos Correios mantêm greve por tempo indeterminado

Do UOL, em São Paulo

12/09/2013 20h27Atualizada em 12/09/2013 20h48

A assessoria de imprensa da Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios), que representa os cerca de 50 mil trabalhadores que aderiram ao movimento, afirma que a reunião com dirigentes da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), em Brasília, na tarde desta quinta-feira (12), foi produtiva, mas não houve contraproposta concreta.

Os trabalhadores cruzaram os braços em São Paulo, Tocantins, Rio de Janeiro, Bauru, Rondônia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, São José do Rio Preto (SP) e Vale do Paraíba.

Relembre a greve de 2012

Em setembro de 2012, a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares) declarou greve.

A proposta inicial do sindicato era de 43,7% de reajuste salarial, aumento linear de R$ 200, tíquete-alimentação de R$ 35 e a contratação de 30 mil trabalhadores, entre outras reivindicações.

Alguns sindicatos chegaram a romper com a Fentect e negociaram diretamente com a empresa. A paralisação durou seis dias, e foi encerrada após o TST determinar o fim da greve.

A  Fentect (Federação dos Trabalhadores dos Correios), ligada a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que reúne os outros cerca de 70 mil funcionários da estatal, continua realizando assembleias para avaliar a proposta patronal e tem previsão para votar eventuais paralisações até o próximo dia 17.

De acordo com o presidente do Sintect SP (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e região postal de Sorocaba) --ligado ao CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil)--, Elias Cesário, a greve é por tempo indeterminado. “Enquanto não atender nossas reivindicações, vamos manter a greve. Na sexta-feira (13), às 9h, há uma nova reunião da Fentect e do Sintect com a direção dos Correios em Brasília.

"O pessoal que faz mais a adesão é operacional", afirmou José Rivaldo da Silva, secretário de Fentect. "Não existe a possibilidade de manter um porcentual trabalhando, porque a empresa é muito grande e continua funcionando."

Em nota, a direção dos Correios informou que 93,3% dos funcionários compareceram ao trabalho nesta quinta, um efetivo de 116.165 pessoas. Os dados foram coletados, segundo a empresa, no sistema de ponto. A estatal disse, ainda, que o impacto do reajuste pretendido pelos sindicatos equivale ao pagamento de 50 meses de salário de todos os funcionários: R$ 31,4 bilhões.

"Entre 2003 e 2012, o ganho real dos trabalhadores dos Correios foi de 36,91%, acima da inflação do período", diz a nota. "Hoje, a empresa paga em média uma remuneração de R$ 2.149,72 aos carteiros (...) A ECT destina atualmente 65% de sua receita de vendas ao pagamento dos salários, benefícios e encargos."

A Calculadora do Cidadão, mantida pelo Banco Central na internet, mostra que o índice oficial de inflação do país variou 76,6% entre 2003 e 2012.

Segundo os Correios, a paralisação pode provocar atrasos nos serviços de Sedex, e-Sedex, PAC e malote quando originários das localidades onde há greve. Já os serviços de Sedex 10, Sedex 12, Sedex hoje, e-Sedex prioritário, e-Sedex Express e Sedex Mundi, além do disque-coleta e da logística reversa domiciliária, estão suspensos quando a origem ou o destino forem os locais afetados pela ação dos sindicatos.

Os funcionários pedem reajuste de 20% e manutenção do plano de saúde. Os Correios apresentaram uma proposta de aumento de 5,27%.

O Procon de São Paulo divulgou nota nesta quinta-feira (12) afirmando que o consumidor lesado pela greve tem direito a ressarcimento ou a abatimento do valor pago na postagem, caso haja atraso no recebimento de correspondências. (Com Valor e Estadão Conteúdo)