Ato de indisciplina atrasará em sete meses possibilidade de progressão de pena do goleiro Bruno
Um ato de indisciplina dentro da penitenciária em Minas Gerais onde cumpre pena de 22 anos pela morte de Eliza Samudio, sua ex-amante, vai atrasar em sete meses a possibilidade de o goleiro Bruno Fernandes obter a progressão da pena imposta pela justiça.
Segundo o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), o juiz da Vara de Execuções Criminais de Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, considerou uma falta grave o fato de o goleiro ter feito ameaças a outros dois detentos, no início de abril deste ano.
Conforme decisão do magistrado Wagner Cavalieri, o goleiro somente poderá ter direito a passar do regime fechado para o semiaberto em 24 de agosto de 2020. Anteriormente, Bruno poderia pleitear a mudança em 22 de janeiro de 2020.
Ele também será penalizado com a perda de um terço dos dias que seriam descontados da pena em razão de trabalhos realizados pelo goleiro na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, onde ele está confinado. O cálculo ainda não foi feito, mas vai levar em conta o período até a data do cometimento da indisciplina, informou a assessoria do tribunal.
“Pegar e bater”
Segundo dados do processo que apurou a falta de Bruno, o goleiro teria dito aos dois detentos que iria “pegar” e “bater” em razão de os dois terem “dedurado” ações do jogador dentro da penitenciária. Tais ações, no entanto, não foram descritas pelo tribunal.
Ainda conforme o processo, Bruno havia afirmado ao coordenador do pavilhão onde está preso que “mandava pegar e matar lá fora”.
De acordo com a assessoria do TJ, diversos detentos foram ouvidos no procedimento administrativo feito a partir da revelação do caso.
Em agosto deste ano, foi realizada uma audiência para que o goleiro se defendesse. Em juízo, ele negou as acusações e disse ter apenas discutido com os presos por eles terem desrespeitado uma pessoa que o visitou uma semana antes.
À época, após a discussão, o goleiro foi suspenso pela direção da penitenciária do trabalho que realizava na lavanderia do local.
Ao juiz Wagner Cavalieri, o goleiro disse que revelou ao coordenador do pavilhão a intenção de ter uma “conversa” com os dois presos.
A razão era o fato de Bruno ter considerado uma “coincidência” a sua suspensão do trabalho após a dupla ter sido ouvida pela administração da unidade prisional. O caso motivou a transferência dos presos do pavilhão onde o goleiro está por questões de segurança, de acordo com dados do tribunal.
O coordenador e um agente foram ouvidos como testemunhas e confirmaram as ameaças de Bruno aos colegas de prisão.
Cavalieri afirmou na sentença que a versão de Bruno ficou “isolada” nos autos e não teria sido suficiente para “afastar a acusação feita e confirmada pelas testemunhas”. O UOL não conseguiu contato com o advogado do goleiro.
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