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Protestos fecham duas rodovias em Contagem, na Grande BH

Moradores do bairro Tupã, em Contagem (MG), fecham a LMG-808 nos dois sentidos, na manhã desta terça - Reprodução/GloboNews
Moradores do bairro Tupã, em Contagem (MG), fecham a LMG-808 nos dois sentidos, na manhã desta terça Imagem: Reprodução/GloboNews

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

29/10/2013 10h46Atualizada em 29/10/2013 19h44

Ocupantes de um terreno particular localizado em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fecharam nesta terça-feira (29) a rodovia estadual LMG-808, nos dois sentidos.

O ato foi um protesto contra a ordem judicial de reintegração de posse, que está sendo cumprida na manhã de hoje, no bairro Tupã.

Pelo segundo dia consecutivo, os ocupantes bloquearam a rodovia, que liga a cidade de Esmeraldas a Contagem.

Nesta segunda-feira (28), o trecho ficou interditado boa parte do dia pelos manifestantes, que atearam fogo em pneus e galhos de árvores.

Segundo a Polícia Militar, foi cumprida a determinação da Justiça pela reintegração de posse do terreno. De acordo com a polícia, as casas foram derrubadas com auxílio de um trator.

No início da noite de hoje, os moradores que bloquearam a rodovia estadual LMG-808 desde o início da manhã deixaram o local e liberaram a via.

Conforme relato do major Sérgio Dourado, não houve registro de confrontos entre os militares e os ocupantes do terreno. 

No início da manhã, os policiais, auxiliados por um grupamento de elite da polícia mineira, fizeram um cordão de isolamento na tentativa de as pessoas não bloquearem a via, mas segundo o oficial, elas conseguiram furar o cerco.

A Prefeitura de Contagem informou, por meio de nota, que “prestará toda a assistência às famílias”.

“A invasão foi feita em terreno particular, numa Área de Proteção Ambiental (APA), e está colocando em risco a Lagoa Vargem das Flores, que abastece mais de 400 mil famílias da Região Metropolitana de Belo Horizonte, e está uma Área de Preservação Permanente (APP)”, afirmou a prefeitura.

O informe ainda revelou que queimadas feitas no local invadido provocaram uma “grande área de desmatamento” e um subsequente “desequilíbrio ecológico”.

“A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação já fez um cadastro social das famílias para a inclusão no programa de moradia, sendo que apenas 80 aderiram ao programa”, diz o texto.

Outro protesto

Já outro grupo, formado por aproximadamente 400 pessoas, bloqueou, nos dois sentidos, a BR-040, nas proximidades do Ceasa (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais), em Contagem. Por volta das 11h30, a via estava liberada, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

Segundo informações ainda preliminares da polícia, a interdição seria uma forma de reivindicação da posse do terreno, que seria motivo de disputa judicial entre a Ceasa e os ocupantes. Os manifestantes queimam pneus no local.

Em nota, a direção da Ceasa-MG informou que ajuizou uma ação de reintegração de posse contra ocupantes do terreno invadido no dia 12 deste mês.

De acordo com o informe, a empresa “aguarda o cumprimento da decisão judicial, favorável à reintegração de posse, pela Polícia Militar de Minas Gerais”.

O texto ainda afirma que outra ação já ajuizada pela empresa requer o resguardo de outras áreas pertencentes à Ceasa-MG contra possíveis invasões.