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Investigadora é presa em cela de delegacia em resgate de presos em Timon (MA)

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

09/12/2013 17h02Atualizada em 09/12/2013 19h42

Uma investigadora da PC (Polícia Civil) foi algemada e presa em uma das celas do 2º DP (Distrito Policial) de Timon (428 km de São Luís) durante o resgate de presos no local, na noite de domingo (8). A pistola ponto 40 que pertencia à policial foi levada pelos criminosos.

Nove presos conseguiram fugir. Nenhum deles foi recapturado pela polícia, mas um dos fugitivos, Ronildo da Conceição Ribeiro, acusado de homicídio, voltou à delegacia alegando que fugiu obrigado e resolveu se entregar.

A investigadora, que não teve o nome revelado por motivos de segurança, era a única policial que estava de plantão na delegacia quando uma mulher chegou pedindo ajuda por ter supostamente sido agredida pelo namorado.

Segundo a polícia, o zelador da delegacia abriu a porta para a suposta vítima entrar quando três homens apareceram e renderam o zelador e a policial para iniciar o resgate dos presos.

Os homens conseguiram desarmar a policial, que teve a própria arma apontada na cabeça e foi obrigada a abrir uma das celas da delegacia, que estava o preso Leonardo Danilo dos Santos, conhecido como Léo Grandão, que estava detido acusado porte ilegal de arma de fogo.

O preso ainda responde na Justiça pelos crimes de por homicídio, latrocínio e assalto a agência dos Correios e casas lotéricas.

Léo Grandão foi detido na última sexta-feira (6) e era fugitivo da Casa de Custódia de Teresina desde dia 1º de setembro, quando conseguiu fugir com mais outros 14 presos por um túnel cavado em uma cela que estava em reforma.

Segundo o delegado do 2º DP, Hermes José Bezerra, o preso recebeu a visita da mulher no domingo e “deve ter articulado o esquema durante a visita”.

“Não podemos continuar custodiando presos, pois não se tem estrutura para isso. Esse resgate já era previsto. Se nos presídios esses criminosos invadem para resgatar presos com todo o aparato de segurança que existe, imagine numa delegacia?”, disse.

A polícia instaurou inquérito para investigar o caso.

De acordo com Bezerra, a custódia de presos atrapalha o trabalho da polícia civil, pois atualmente trabalham cinco agentes por plantão no 2º DP e devido a custódia de presos, apenas um policial fica na função de investigador para apurar os inquéritos policiais.

A SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Maranhão justificou que o número insuficiente de policiais obrigou que os DPs de Timon e algumas cidades do Maranhão fiquem apenas com um policial e um servidor administrativo no plantão a partir das 16h. A partir deste horário são registrados apenas boletins de ocorrência.

Segundo a SSP, a mulher que serviu de isca para o resgate do preso Leonardo Danilo dos Santos está sendo procurada e sua conduta investigada. O órgão não soube explicar o porquê de presos estarem custodiados no 2º DP e não terem sido transferidos para unidades prisionais.