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Racionamento atinge 462 mil pessoas de seis cidades da região de Campinas

Fabiana Marchezi

Do UOL, em Campinas (SP)

14/02/2014 14h43

O racionamento de água provocado pela estiagem atípica para esta época do ano já atinge 462 mil pessoas de seis municípios da região de Campinas (a 99 km de São Paulo). Moradores de Cosmópolis, Itu, Santo Antonio de Posse, São Pedro, Valinhos e Vinhedo já sentem as consequências da seca que atinge a região.

Os reservatórios da Grande SP

O último município a adotar a medida foi Santo Antonio de Posse (a 138 km de SP), que tem cerca de 22 mil habitantes. Diariamente, são 9 horas de interrupção no fornecimento - entre 7h e 16h – devido à baixa vazão do rio Camanducaia e do córrego Benfica, que abastecem a cidade.

De acordo com a Prefeitura, neste período, escolas e creches funcionam normalmente. A medida só será revogada quando voltar a chover, e os reservatórios voltarem ao nível apropriado.

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Multa por desperdício

Em Valinhos (a 89 km de SP), mesmo com o racionamento, 18 moradores foram multados por desperdício de água na primeira semana da medida.

Segundo o Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (DAEV), desde o início do rodízio, há uma semana, foram cerca de 140 denúncias de desperdício por dia. O valor da multa, de R$ 336, pode dobrar em caso de reincidência.

As multas foram aplicadas depois que os fiscais flagraram o mau uso da água. As denúncias são investigadas e, caso fique constatado o consumo indevido, a autarquia emite a multa. Os moradores estão proibidos de molhar jardins, lavar quintais, calçadas e carros.

Segundo o DAEV, o cliente pode recorrer, caso discorde da punição. O recurso será analisado e, caso seja indeferido, o valor é mantido e o consumidor fica na lista de devedores do departamento. A punição no município foi instituída no mesmo decreto que implantou o racionamento, no dia 7.

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Somente nos sete primeiros dias de rodízio, a cidade deixou de consumir 17 milhões de litros de água, uma economia estimada em 18%.

A cidade foi dividida em sete áreas e cada uma delas fica sem água duas vezes por semana, durante 18 horas, entre 10h e 4h do dia seguinte.

A administradora de empresas Keroleyne Salicano, que mora em um dos bairros afetados pelo rodízio, lamenta a situação. “É muito complicado ficar sem água. Há algum tempo isso parecia que não aconteceria nunca”, disse.

Na casa dela, nos dias de corte de água, o banho tem de ser transferidos para a residência de um parente. “Geralmente vamos tomar banho na casa da minha avó, que mora em outro bairro. Ainda bem que não está faltando água na cidade toda de uma vez. Além disso, estamos tentando economizar ao máximo nas pequenas coisas, como lavar menos roupa”, ressaltou.

Campinas

O racionamento ainda não atinge o município de Campinas. Entretanto, o prefeito Jonas Donizette assinou, no último dia 3, um decreto ampliando o período da Operação Estiagem, que determina punição para casos de desperdício.

Em 11 dias, a Sanasa, responsável pelo fornecimento de água na cidade, recebeu 790 denúncias, mas nenhuma multa foi aplicada. Por enquanto, os fiscais só aplicaram advertências, uma vez que a medida é educativa.