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Juiz alega superlotação e impede transferência do ex-goleiro Bruno

 O ex-goleiro Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio, sua ex-amante - Hoje em Dia/Futura Press
O ex-goleiro Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio, sua ex-amante Imagem: Hoje em Dia/Futura Press

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

15/03/2014 11h32

O juiz da Vara de Execuções Criminais de Montes Claros (MG) afirmou que em razão da superlotação do presídio regional da cidade não tem condições de receber o goleiro Bruno Fernandes, condenado a 22 anos de prisão pela morte da ex-amante Eliza Samudio. Atualmente, o atleta cumpre pena na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.

O magistrado Francisco Lacerda de Figueiredo enviou resposta no final da tarde desta sexta-feira (14) ao oficio que havia sido enviado pelo juiz Wagner Cavalieri, titular da Vara de Execuções Criminais de Contagem. Nele, Figueiredo afirma que o presídio local está com presos bem acima da sua capacidade.

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, o presídio regional de Montes Claros tem capacidade para 592 presos, mas está atualmente com 1.032 detentos.

A assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) confirmou o recebimento com a negativa do juiz de Montes Claros em razão de o presídio estar atualmente com superlotação.

O advogado Francisco Simim, defensor do atleta, afirmou ao UOL que ainda não foi informado da resposta. Ele adiantou, no entanto, que a superlotação não seria motivo para a recusa da transferência do cliente e adiantou que pretende reverter a situação.

“Superlotação existe em quase todas as unidades prisionais do Brasil. E, nem por isso, as transferências de presos deixam de ser feitas”, disse.

Simim explicou que vai aguardar a comunicação oficial para decidir quais as medidas ira tomar.

Recentemente, o goleiro Bruno assinou um contrato de trabalho com o Montes Claros, time que disputa a segunda divisão de Minas Gerais. A papelada foi assinada dentro da cela onde o goleiro está confinado.

O presidente do clube de futebol de Montes Claros, Ville Mocelin, havia dito, quando da assinatura do contrato com Bruno, que o goleiro receberia salário de R$ 1.430 e teria uma multa contratual fixada em R$ 2,8 milhões.

Segunda tentativa 

Os advogados do goleiro já haviam tentado transferi-lo anteriormente. A intenção era que Bruno cumprisse o restante da pena em uma Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) na cidade de Nova Lima, situada na região metropolitana de Belo Horizonte.

Porém, o juiz da Vara da Infância e Juventude, Juarez Morais de Azevedo, negou o pedido. Segundo o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), as razões dadas pelo magistrado para indeferir o pedido, feito pela defesa do arqueiro em novembro do ano passado, foram baseadas nos argumentos de que o crime não fora cometido na cidade nem o jogador conseguiu demonstrar ter residência fixa na localidade.

Outro fator para a negativa foi o fato de Bruno ter cometido uma falta grave dentro da penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria.

Em abril do ano passado, o jogador teria ameaçado dois outros detentos e um agente penitenciário. Pelo episódio, ele teve cortado um terço dos dias aos quais tinha direito para abater na pena.