Topo

Mulheres fazem campanha contra ida de Bruno para time de Montes Claros (MG)

Cartazes que criticam a ida do goleiro Bruno para o time de Montes Claros (MG) - Danilo Duarte/UOL
Cartazes que criticam a ida do goleiro Bruno para o time de Montes Claros (MG) Imagem: Danilo Duarte/UOL

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

17/04/2014 19h08

Mulheres que fazem parte do Movimento Levante Popular da Juventude da cidade de Montes Claros (417 km de Belo Horizonte) iniciaram campanha na contra uma possível transferência do goleiro Bruno Fernandes para presídio da cidade.

As integrantes do movimento espalharam cartazes no centro da cidade nos quais são reproduzidas fotos do goleiro com as legendas “Se mata, bate e oprime, não joga no nosso time”. Em outras peças, foram grafadas as frases “Levante-se contra o machismo” e “As mulheres dizem não a Bruno no Mocão”.

Nesta semana, a Justiça de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte) deu aval à transferência do jogador para a cidade mineira.

O atleta assinou em fevereiro deste ano um contrato de trabalho com o Montes Claros, clube de futebol que disputa a segunda divisão do campeonato mineiro.

Os advogados do ex-capitão do Flamengo tentam convencer o judiciário mineiro a trocá-lo por um detento, que sairia do presídio de Montes Claros para a penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, e onde Bruno cumpre a pena.

De acordo com texto publicado na página do grupo na internet, a iniciativa do grupo feminista se deu por meio de uma ação de “repúdio e denúncia”.

“Em meio aos dados alarmantes sobre a violência contra a mulher no Brasil, a morte de Eliza Samudio poderia ter sido apenas mais uma. Não foi. O seu nome, a sua história e a sua trágica morte ganharam contornos de notícia nacional, principalmente pela profissão midiática do seu assassino”, trouxe o texto.

'Ressocialização pelo trabalho'

Tiago Lenoir, um dos advogados de defesa de Bruno, criticou o movimento e afirmou que Bruno pretende ter chance de uma "ressocialização pelo trabalho”.

“Tem movimento feministas falando que não quer o Bruno lá [em Montes Claros]. Eu acho isso um absurdo porque o Bruno não vai para lá para ser solto e ficar andando na rua. Ele vai de uma cadeia para outra’, afirmou Lenoir.
O advogado aproveitou para alfinetar o movimento desencadeado contra o jogador.

“Devem ter presos lá tão ou mais perigosos que o próprio Bruno, e ninguém faz movimento contra esses presos”, disse.