Presos no Piauí usam celular para extorquir colegas e pressionar advogados
Presos da Penitenciária Regional Irmão Guido, localizada em Teresina, estão usando celulares para pressionar advogados a obter solturas e também para extorquir famílias de outros detentos, segundo informações do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí).
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- http://eleicoes.uol.com.br/2014/enquetes/2014/02/27/pi-1-hoje-o-que-voce-mais-deseja-que-melhore-em-sua-vida-e-que-nao-depende-so-de-voce.js
O esquema é comandado por um detento de 45 anos, considerado de alta periculosidade, condenado por homicídio, tráfico de drogas e roubo a banco. O nome dele é mantido em sigilo para não atrapalhar as investigações. De acordo com o sindicato, ele se aproveita do poder que tem sobre os demais presos e dos contatos que possui fora da prisão.
“O preso estava ameaçando familiares e cobrando celeridade nos processos para solturas de outros internos. Se ele fez isso tem a capacidade de também praticar outros atos ilícitos”, disse o diretor administrativo do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda.
No esquema, os presos agenciam pelo celular, em troca de dinheiro, consultas entre detentos e advogados fora do horário de assistência jurídica. Mesmo os detentos que não se interessam pelo serviço são obrigados e pagar pelo atendimento, segundo o Sinpoljuspi. Caso o preso não tenha condições de pagar pelo serviço, a família dele passaria a ser extorquida.
O grupo ainda faz telefonemas a advogados para cobrar a soltura dos detentos ou para que busquem celeridade nos processos.
Relembre: Baratas infestam cozinha de presídio em Teresina
Veja Álbum de fotosFragilidade do presídio
A penitenciária Irmão Guido tem capacidade para 324 internos, mas atualmente está superlotada, com 452 internos. A unidade é dividida em quatro pavilhões. Holanda criticou as condições de trabalho na penitenciária, que não possui sensor de presença, a cerca elétrica não funciona e falta uma tela para cobrir a parte superior dos pavilhões.
O superintendente Wellington Rodrigues disse que a segurança para controlar a entrada dos aparelhos é frágil, pois a penitenciária nenhum dos paviões tem tela superior.
“Em média estamos apreendendo 50 a 70 telefones celulares por vistoria, mas isso só vai acabar quando for colocada a tela, pois são jogados pacotes com aparelhos durante a noite para os presos pegarem. No fim de semana flagramos um homem numa moto jogando um pacote com seis celulares”, disse o superintendente.
Rodrigues afirmou que a Sejus (Secretaria de Estado da Justiça) foi informada do problema e está fazendo a tomada de preços para aquisição da tela de proteção.
Foi de dentro de um dos pavilhões da Irmão Guido que um preso informou a advogada dele que um outro pavilhão estava organizando uma rebelião. O caso ocorreu em 9 de fevereiro de 2013 e foi mostrado pelo UOL. Durante a movimentação, presos fizeram contato com familiares, advogados e imprensa.
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