Rachaduras surgiram há um ano, diz vizinha de obra do metrô em Ipanema
Doris Wine, 50, relatou ao UOL ter levado um grande susto neste domingo (11), quando foi avisada por um amigo sobre as crateras formadas por conta das obras da linha 4 do metrô na rua Barão da Torre, em Ipanema, na zona sul do Rio. "Eu não estava em casa. Me ligaram dizendo: 'Corre aqui que o seu apartamento vai desabar'. Estou me sentindo muito insegura aqui", disse ela, que mora há dois anos em um dos edifícios danificados pelo afundamento.
O Consórcio Linha 4 Sul, responsável pelas obras da Linha 4 do metrô, divulgou nota na qual afirma que os moradores da rua Barão da Torre foram avisados de que "não há risco para a estabilidade das edificações do entorno".
Segundo Doris, as primeiras rachaduras apareceram há cerca de um ano, período no qual teve início a obra do metrô. Na entrada da edificação, é possível observar que a ruptura vai de uma ponta a outra. Com o acidente ocorrido neste fim de semana, afirmou ela, as rachaduras que já existiam ganharam proporções ainda maiores, e outras se formaram nas paredes.
"Há um ano, essas rachaduras não existiam. Até as colunas do meu apartamento, as duas de sustentação, há sinais de rachaduras. Eu temo pelo pior. Estou pensando seriamente em me mudar", declarou a moradora.
Assim como a maioria de seus vizinhos, Doris reclama a respeito de constantes vibrações causadas pelo maquinário utilizado na obra. "Na hora de dormir, a cabeceira da cama treme. Às vezes sento para ler um livro e ele fica tremulando na minha mão. Isso ocorre sempre à noite. Não tenho nem vontade de voltar para casa, a vontade é dormir fora", relatou.
"Moro em um prédio velho, pago um aluguel caro e ainda sou obrigada a lidar com esse tipo de transtorno. E o pior é que eles [responsáveis pela construção] não falam nada. A vontade de sair daqui só aumenta", finalizou.
Governo mantém prazo de entrega da obra
O secretário da Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro, Leonardo Espíndola, afirmou nesta segunda-feira (12) que o afundamento ocorrido na rua Barão da Torre não vai alterar o prazo de entrega da obra, para o primeiro semestre de 2016. "É um compromisso olímpico do Estado do Rio de Janeiro, integralmente mantido", declarou.
Buracos surgiram em frente aos prédios 132, 133, 137 e 141 da rua. Com o afundamento, formaram-se duas crateras na via, e o portão do edifício de número 137 cedeu. Não houve feridos, mas muitos moradores preferiram deixar suas casas, com medo de que o prédio desabasse. A Defesa Civil do Rio determinou a suspensão das obras.
Durante entrevista coletiva concedida no palácio Guanabara, sede do governo estadual, o engenheiro responsável pela construção, Aloísio Coutinho, do Consórcio Linha 4 Sul, afirmou que a causa do acidente ainda não é conhecida.
"Houve uma ruptura lateral que se comunicou com a calçada provocando esse afundamento. Não temos ainda claro o que causou isso. Seria especulação falar em qualquer coisa nesse momento", afirmou o engenheiro.
"Esse incidente não era pra ter acontecido. Queremos entender o que aconteceu para que possamos eventualmente corrigir algum rumo", completou Coutinho.
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