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Modelo brasileira é detida na China por trabalho ilegal no país

Amanda é gaúcha e morava em Balneário Camboriú (SC) com os pais e um irmão pequeno havia sete anos - Arquivo pessoal
Amanda é gaúcha e morava em Balneário Camboriú (SC) com os pais e um irmão pequeno havia sete anos Imagem: Arquivo pessoal

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

16/05/2014 06h00

A modelo brasileira Amanda Griza, 19, está presa em Pequim há uma semana após uma operação da polícia contra trabalhadores ilegais no país. Segundo o Itamaraty, uma funcionária do Consulado Brasileiro já visitou Amanda, levando uma carta da mãe, trazendo resposta e afirmando que ela é bem tratada.

O Itamaraty informou que trabalha junto ao governo chinês para garantir o retorno da jovem ao Brasil, mas não há previsão para a liberação. 

Amanda é gaúcha e morava em Balneário Camboriú (SC) com os pais e um irmão pequeno havia sete anos. A jovem é modelo desde os 11 anos e foi aprovada neste ano no vestibular para publicidade na Univale (Universidade do Vale do Itajaí), mas trancou o curso para o trabalho na China, que deveria durar quatro meses.

Usando um aplicativo de celular, falava com os pais no momento de sua prisão, entre 7h30 e 10h30 da última quinta-feira (8), último contato que teve com a família. Alternando momentos de tranquilidade com tensão, ela contou que seu passaporte foi apreendido e que "não estava legal no país".

Os pais, Edson e Elena Griza, pediram socorro ao Itamaraty na segunda-feira (12). “A menina saiu de casa para batalhar. Eu queria que ela ficasse em casa, disse pra ela que a gente poderia abrir outro salão, um negócio estável, mas ela quis arriscar fazer seu próprio caminho", afirmou o pai da modelo.

Ele disse estar preocupado "com o lado psicológico da menina, não sei o que ela está passando, isto nos deixa muito estressados aqui".

Edson contou ainda que Amanda viajou a convite de um booker (profissional que contrata modelos para desfiles) "com muita experiência, 12 anos de trabalho, muito conhecido em São Paulo". Ele não quis dizer o nome do booker porque teme que isto prejudique a sua carreira.

"Nós (da família) confiamos nele. Parece que a operação policial contra os modelos mudou um pouco, com relação a documentos. Minha filha obteve visto de negócios no consulado chinês de São Paulo, declarando que iria lá para trabalhar como modelo”, afirmou. “Portanto, não fez nada ilegal. Tudo o que está acontecendo deve ser uma confusão passageira."

Os pais são donos de um salão de beleza dentro do Hipermercado Big de Balneário Camboriú (80 km de Florianópolis). Amanda começou a carreira modelando para uma concessionária da General Motors, em Osório (100 km de Porto Alegre). Em 2009, aos 14, já em Balneário Camboriú, ela retomou a carreira. Fez parte das agências Ford Models e M1. Trabalhou no México e fotografou para vários clientes e marcas. 

A Embaixada da China não retornou as ligações da reportagem do UOL.