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Sindicato recorre de demissões; 11 dispensados são dirigentes sindicais

Manifestante com cartaz durante greve do Metrô-SP - Danilo Verpa/Folhapress
Manifestante com cartaz durante greve do Metrô-SP Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

10/06/2014 19h21

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo entregará ao Metrô nesta quarta-feira (11) os recursos administrativos para tentar reverter as demissões dos 42 servidores, dispensados por justa causa após uma greve cinco dias. Onze funcionários demitidos são diretores do sindicato, segundo Altino de Melo Prazeres, que preside a entidade.

Em sua opinião, o governo está fazendo uma retaliação e demitindo primeiro para depois apurar as responsabilidades. "O governo priorizou as demissões de dirigentes sindicais e ativistas". Entre os afastados, está o presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Paulo Pasin.

Conforme a entidade que representa os funcionários do Metrô, todas as demissões citam os mesmos artigos da CLT e do Código Penal, mas não detalhes sobre quais faltas os funcionários teriam cometido.

O departamento jurídico do sindicato informou que finalizou o teor dos recursos nesta terça e que todos são iguais. Os funcionários alegam que participaram de piquetes de forma pacífica.

Prazeres afirmou que o sindicato não tem como pagar a multa de R$ 900 mil imposta pela Justiça do Trabalho, por causa da greve, que foi considerada abusiva. "Ficou apertado. Vamos recorrer contra a multa também", disse Prazeres.

O sindicalista disse que tem o apoio de todas as centrais sindicais do país e espera que o Metrô decida reintegrar os demitidos até esta quarta-feira (11).

A categoria realiza amanhã às 18h30 uma assembleia para discutir a retomada da paralisação na quinta-feira (12), dia da abertura da Copa do Mundo, em Itaquera, na zona leste da capital paulista. 

"A greve está marcada e existe disposição da categoria. Não queremos esse enfrentamento, mas estamos sendo empurrados para ele", afirmou o presidente do sindicato.

A maioria dos demitidos esteve hoje na sede do sindicato, no Tatuapé (zona leste), para uma reunião com a advogada da entidade, Eliana Ferreira.