Topo

Em documento, Suzane von Richthofen diz que renuncia à herança dos pais

Suzane von Richthofen, condenada pelo homicídio dos pais, em 2002 - André Porto/Folhapress - 18.jul.2006
Suzane von Richthofen, condenada pelo homicídio dos pais, em 2002 Imagem: André Porto/Folhapress - 18.jul.2006

Do UOL, em São Paulo

12/10/2014 22h30

Suzane von Richthofen, 30, procurou recentemente uma juíza para informar que abre mão da herança dos pais, Marísia e Manfred, assassinados em 2002, segundo documento obtido pelo programa "Fantástico", da Rede Globo. A jovem está na Penitenciária de Tremembé (SP), condenada a 39 anos de prisão por mandar matá-los.

Ela também pediu o afastamento de seu advogado, Denivaldo Barni, “por não se sentir segura” com o trabalho dele. Suzane requisitou ainda que ele seja proibido de visitá-la. A jovem também diz que tem interesse em ver o irmão, Andreas von Richthofen, que não fala com ela.

As afirmações de Suzane contradizem um pedido feito em fevereiro deste ano para que recebesse pensão alimentícia do espólio dos pais. O pedido foi negado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ela já havia sido considerada pela Justiça indigna de receber a herança dos pais, avaliada em mais de R$ 3 milhões.

Em agosto, após obter autorização para cumprir o restante de sua pena em regime semiaberto, Suzane von Richthofen, 30, voltou atrás e pediu à Justiça para continuar presa em regime fechado.

Relembre o caso

Segundo a versão da polícia e da acusação, Manfred e Marísia von Richthofen foram assassinados no dia 31 de outubro de 2002, quando dormiam em sua casa, no bairro do Brooklin (zona sul de São Paulo).

Suzane, seu namorado na época, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian Cravinhos, entraram na casa em silêncio. Os irmãos subiram as escadas com Suzane, que os avisou que os pais dormiam. Então, os irmãos desferiram golpes de barra de ferro contra Manfred e Marísia. Após matarem o casal, os dois cobriram os corpos com uma toalha molhada e sacos plásticos.

A biblioteca foi desarrumada para simular um latrocínio. Também foram levados cerca de US$ 5.000, R$ 8.000 e joias do casal. O dinheiro ficou com Cristian, que acabou usando uma parte do montante para comprar uma moto.

Ao deixarem o local do crime, Daniel e Suzane seguiram para um motel em São Paulo, enquanto Cristian foi a um hospital para visitar um amigo. Depois de algum tempo, Daniel e Suzane foram ao encontro de Andreas von Richthofen, irmão da jovem, que havia sido deixado por Daniel em um cibercafé. Chegaram em casa, e então Suzane ligou para a polícia informando do crime.

No decorrer das investigações, a delegada responsável pelo inquérito, Cíntia Tucunduva, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), suspeitou do comportamento de Suzane e Daniel, que protagonizavam cenas de amor mesmo diante da tragédia, de acordo com a delegada. No dia 8 de novembro de 2002, Suzane e os irmãos Cravinhos confessaram, em interrogatório à delegada, o assassinato do casal Richthofen.