Chuvas destelham teto de UTI no PR; 45 bebês são transferidos às pressas
A Prefeitura de Campo Largo, município da área metropolitana de Curitiba, decretou estado de calamidade pública neste sábado (18). A cidade, que tem pouco mais de 112 mil habitantes e está situada a 30 quilômetros da capital, foi uma das mais afetadas pelo forte temporal que castigou a região no fim da tarde de sexta-feira (17). Pedras de gelo com cerca de oito centímetros de diâmetro provocaram estragos em casas, estabelecimentos públicos e galpões comerciais.
De acordo com a Defesa Civil municipal, mais de duas mil residências foram destelhadas. Postos de saúde foram também danificados --a unidade central ficou completamente destruída. Estima-se que o prejuízo em função da perda de medicamentos do Centro de Medicamentos Municipal seja de R$ 400 mil.
Durante o temporal, a Unidade de Terapia Intensiva neonatal do Hospital e Maternidade Nossa Senhora do Rocio acabou destelhada. Pelo menos 400 pacientes tiveram de ser transferidos às pressas para o prédio novo do centro médico, localizado no bairro São Jerônimo. Os 45 bebês que estavam internados na UTI foram realocados. Não houve feridos, e os demais pacientes chegaram com segurança em cerca de uma hora ao novo hospital, que ainda está em fase de construção.
"Não sei o que vai ser, pois, na semana passada, o novo hospital teve um problema no sistema de combate a incêndio. As válvulas ficaram jorrando água e o alarme ficou ligado durante algum tempo. O pessoal da manutenção notou a falha somente depois de ver água escorrendo pela porta da nova UTI. Deveríamos ter nos mudado para lá em janeiro. Mas isso não aconteceu", disse uma enfermeira que trabalha no local e que preferiu não se identificar.
Temporal destelha teto de UTI e provoca estragos no Paraná
O valor dos prejuízos ainda não foi calculado. O Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças deverá ficar interditado por pelo menos uma semana.
Segundo comunicado no Facebook, o hospital explica que não houve desabamento. "O granizo atravessou o gesso e a água da chuva invadiu diversas alas. Imediatamente, os pacientes foram transferidos para o novo Hospital do Rocio, com as ambulâncias e auxiliados pela população e familiares dos pacientes. Todos os pacientes já se encontram acomodados no novo hospital, em leitos de enfermaria, UTIs adulto e pediátrica. Não houve alteração clínica no quadro dos pacientes, assim com não houve óbitos devido ao fato."
Sem água, internet e sinal de celular
Os moradores de Campo Largo estão sem água desde a madrugada deste sábado (18). Segundo a Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), o abastecimento só deve ser normalizado a partir da próxima madrugada. "A expectativa é a de que o abastecimento nos imóveis de Campo Largo ocorra entre a madrugada de domingo (19) e a madrugada de segunda-feira (20)", informou a companhia.
Em nota, a Sanepar informou que a produção de água chegou a ser restabelecida em caráter emergencial, mas a distribuição ainda é prejudicada por quedas de energia elétrica, fator que impede o funcionamento dos equipamentos das estações de tratamento, elevatória e captação. Tais estações foram destelhadas e alagadas pela chuva de granizo.
A recomendação é que a água estocada por caixas domiciliares seja usada de modo cauteloso e para atividades essenciais. Não se sabe quanto tempo a manutenção dos sistemas de captação e distribuição de água deverá durar.
Em alguns bairros, ainda há falta de energia elétrica --ontem, 150 mil pessoas chegaram a ficar no escuro. O sinal de certas operadoras de telefonia móvel ainda não funciona em parte da cidade. Os bairros mais afetados pelas torrenciais chuvas de ontem são Centro, Ouro Verde e Bom Jesus.
Mais de mil atendimentos
A Defesa Civil municipal montou uma base de atendimento no Centro da Juventude, na rua XV de novembro, nas proximidades do quartel do Corpo de Bombeiros. De acordo com a prefeitura, mais de mil pessoas afetadas diretamente ou indiretamente pelo temporal já passaram pelo ponto de apoio.
A Prefeitura de Campo Largo pede ajuda com doações de lonas, telhas e água potável. Os endereços que recebem os materiais podem ser consultados com a Defesa Civil por meio dos telefones 0/xx/41/3393-5670 e 0/xx/41/8504-7347.
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