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Ligado à Máfia do Asfalto, Kleinubing será secretário de Estado em SC

Futuro secretário de Saúde Estado de Santa Catarina, João Paulo Kleinubing, durante entrevista - Renan Oliveira/UOL
Futuro secretário de Saúde Estado de Santa Catarina, João Paulo Kleinubing, durante entrevista Imagem: Renan Oliveira/UOL

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

18/12/2014 15h20

O governador reeleito de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), anunciou nesta quinta (18) a escolha do ex-prefeito de Blumenau (130 km de Florianópolis) João Paulo Kleinubing como secretário da Saúde para seu segundo mandato (2015-2019).

Primeiro nome conhecido para o novo secretariado, Kleinubing é réu no processo da Operação Tapete Negro, que investiga fraude em licitações durante a gestão dele na cidade (2005-2012). Eleito deputado federal  pelo PSD em outubro, com 132 mil votos, ele terá que se licenciar da Câmara para ocupar a secretaria.

Ao anunciar a escolha o governador Colombo afirmou que "com certeza, durante o curso do processo ele será inocentado".

Segundo o MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina), Kleinubing é suspeito de integrar esquema de corrupção com o objetivo de desviar dinheiro público, instalado na administração do município de Blumenau. Servidores e empresas integrariam a conhecida Máfia do Asfalto, em que teriam desviado pelo menos R$ 100 milhões dos cofres públicos, valor equivalente a 7% do orçamento de 2012 da cidade.

Interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça em julho de 2012 flagraram Kleinubing ordenando a um de seus secretários que criasse um documento falso para simular um processo de dispensa de licitação para que a empresa municipal URB (Companhia Urbanizadora de Blumenau) recebesse uma verba de R$ 30 milhões do Badesc (Banco de Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina).

Quando a Operação Tapete Negro foi desencadeada, em 2013, Kleinubing tinha terminado seu mandato e estava na presidência do próprio Badesc, nomeado pelo governador Colombo.

Apesar das acusações, Kleinubing permaneceu no cargo até se desincompatibilizar, em abril de 2014, para concorrer à Câmara Federal.

À época Kleinubing se defendeu das acusações afirmando que nenhum documento foi fraudado. Ele disse também que "existem informações equivocadas, todos os contratos [examinados pelo MPE] foram feitos de acordo com a lei".

Kleinubing sempre sustentou sua inocência, afirmando que até agora nenhuma irregularidade foi comprovada em sua administração. Os processos a que responde tramitam em sigilo na 2ª Vara Criminal de Blumenau.

Assessores do novo secretário informaram que ele não está disponível para comentar sua nomeação.