Temporal derrubou mais de 200 árvores, um recorde, segundo a Defesa Civil
A forte chuva que atingiu a capital paulista na noite deste domingo (28) causou a queda de pelo menos 264 árvores --um recorde, segundo a Defesa Civil da cidade. O estrago foi uma consequência das fortes rajadas de ventos que acompanharam o temporal.
Às 16h, 103 semáforos estavam apagados na cidade, 56 por falta de energia, número equivalente a menos de 2% do total de semáforos da capital. O Parque do Ibirapuera, onde 25 árvores tombaram, foi reaberto agora a tarde.
A circulação de trens na linha 10-Turquesa da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que havia sido interrompida por causa da queda de uma árvore, que bloqueou o trecho entre as estações São Caetano e Rio Grande da Serra, voltou a funcionar. A linha transporta cerca de 360 mil usuários por dia, em média.
"Contabilizamos pelo menos 205 árvores caídas, um recorde se associarmos ao fenômeno [chuva e vento] ocorrido em um dia", disse Milton Persoli, coordenador geral da Defesa Civil da prefeitura de São Paulo.
As regiões sul e oeste foram as mais atingidas, sendo que próximo ao aeroporto de Congonhas foi detectado ventos de até 96 km/h às 0h15. Os bairros da Vila Mariana, Pinheiros e Santo Amaro contabilizaram o maior número de árvores caídas, mas a situação é mais crítica na avenida República do Líbano, na região do Ibirapuera, onde cinco árvores de grande porte e quatro postes de luz caíram. Dentro do parque, ao menos 25 árvores tombaram.
Segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da prefeitura, essa é a primeira vez nos 50 anos do parque que ele foi fechado por causa da queda de árvores. Danos materiais foram registrados nos prédios da administração e no setor de eventos do parque. Além disso, postes de iluminação também foram danificados. A administração do Parque do Ibirapuera está realizando o trabalho de remoção e o levantamento do número de árvores derrubadas pela chuva.
Segundo Persoli, não há informações sobre vítimas pela queda das árvores, mas pelo menos 40 famílias da favela de Heliópolis estão desabrigadas após suas casas ficarem destelhadas. “Estamos negociando com a assistência social para levar essas famílias a um abrigo emergencial. Elas estão terminando de fazer o cadastro”, disse.
De acordo com Danilo Mizuta, engenheiro florestal da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras de São Paulo, que acompanha a operação de contagem e retirada das árvores, o grande número de árvores caídas se deu, em grande parte, pela força dos ventos e não somente pela idade ou condição da vegetação.
Algumas árvores jovens e saudáveis também caíram graças às rajadas de ventos e ao solo encharcado por causas das chuvas que já vinham caído anteriormente nas regiões.
“Com o vento dessa natureza, um evento extremo, até árvores pequenas e sadias caíram. Algumas árvores também caíram por estarem danificadas ou pelo seu próprio peso, mas os ventos foram realmente muito fortes apesar de terem ocorrido entre dez a vinte minutos”, disse.
As equipes da subprefeitura estão recebendo reforço da Eletropaulo para retirar árvores e galhos que caíram sobre fiações para evitar acidentes.
Raios e vendaval
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura, a região do Ipiranga, na zona sul, foi a que registrou a maior quantidade de chuva. Ali, houve acúmulo de 29,2 milímetros de chuva. Em seguida, um bairro vizinho, a Vila Prudente, na zona leste, teve 26 mm. Já a Vila Mariana, na zona sul e também próxima ao Ipiranga, marcou 25 mm. O Itaim Paulista, na zona leste, com 12,8 mm e o Butantã, na zona oeste, com 11,8 mm, aparecem em seguida.
No aeroporto de Congonhas, na zona sul, segundo o CGE, houve ventania de 96,3 km/h. No bairro Cidade Jardim, na zona sul, foi observada queda de granizo. O CGE informa que o temporal foi provocado por áreas de instabilidade provindas de São Roque, no interior paulista, "intensificadas pelo calor e a alta disponibilidade de umidade na atmosfera".
Para esta segunda-feira, existe possibilidade de mais chuva de forte intensidade no período da tarde, segundo o CGE. (Com Estadão Conteúdo)
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