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Água desperdiçada no país em 2013 daria para abastecer SP por 8 anos

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

21/01/2015 18h50Atualizada em 22/01/2015 12h19

A água perdida em todo o país ao longo de 2013 seria capaz de abastecer a população da capital paulista durante pelo menos oito anos, segundo cálculos feitos pelo UOL.

Em 2013, o volume de água produzido no Brasil foi de 16,1 bilhões de m³, segundo relatório concluído em dezembro do ano passado pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, ligada ao Ministério das Cidades.

De acordo com esse mesmo documento, 37% dessa água deixaram de ser consumidos, o que corresponde a quase 6 bilhões de m³ de água desperdiçados. Essa quantidade seria suficiente para abastecer toda a capital paulista durante oito anos e dois meses. O consumo médio de água na cidade foi de 23 m³ por segundo em 2014, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). 

As perdas de água ocorrem por causa de vazamentos em tubulações, que são chamadas de perdas reais ou físicas, e por conta de erros de medição e ligações clandestinas, classificadas como perdas aparentes.

"Os dados demonstram a necessidade dos prestadores de serviços atuarem em ações para a melhoria da gestão, a sustentabilidade da prestação de serviços, a modernização de sistemas e a qualificação dos trabalhadores, dentre outras. O estabelecimento de ações contínuas de redução e controle de perdas assegura benefícios em curto, médio e longo prazos, com eficiência e eficácia", informa o relatório. 

Falta de água

A capital paulista, a Grande São Paulo e as demais cidades do Estado enfrentam uma crise no abastecimento de água desde o começo do ano passado.

Com baixo índice de chuvas, os principais sistemas que fornecem água para a região metropolitana têm atingido níveis cada vez mais baixos.

O nível do Cantareira, que abastece um terço da região (6,5 milhões de pessoas), teve a 10ª queda seguida nesta quinta-feira (21), chegando a 5,5% de sua capacidade. O percentual é o que resta da segunda cota do volume morto.