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Movimentos anticapitalistas e partidos engrossam atos contra a tarifa em SP

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

30/01/2015 06h00

No início de 2015, quando a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado oficializaram o aumento de R$ 3,00 para R$ 3,50 na tarifa dos transportes, o MPL (Movimento Passe Livre) voltou a realizar manifestações, assim como fizeram em 2013 --quando chegaram a mobilizar até 1 milhão de pessoas em todo o país. Enquanto a tarifa nova não cai, o MPL mantém o discurso que não vai parar com os atos. E não está sozinho nisso.

Apesar de ser o movimento mais conhecido do público, os atos contam regularmente com o apoio de outras entidades e partidos de esquerda. Além disso, adeptos da tática black bloc (que prega a depredação do patrimônio público e privado) costumam aderir voluntariamente aos atos, embora o MPL reitere que os protestos têm caráter pacífico.

Veja abaixo alguns dos grupos que participam com frequência dos protestos promovidos pelo MPL em São Paulo.

20.jan.2015 - Integrantes do MPL (Movimento Passe Livre) tocam instrumentos musicais na praça Silvio Romero, no Tatuapé, na zona leste de São Paulo. O movimento marcou para a tarde desta terça-feira (20) a terceira manifestação do ano contra o aumento da tarifa dos ônibus, metrô e trem. Os preços das passagens subiram de R$ 3,00 para R$ 3,50 no começo de janeiro. Os manifestantes pretendem fechar a Radial Leste, principal ligação entre a zona leste de São Paulo e o centro - Ernesto Rodrigues/Folhapress - Ernesto Rodrigues/Folhapress
Imagem: Ernesto Rodrigues/Folhapress

Território Livre

Criado em 2006, o grupo reúne estudantes e operários e se define como "uma palavra de ordem e revolta contra toda repressão estatal-policial-burocrática". Critica  o que chamam de "constante vigilância da polícia". O Território Livre diz participar da luta contra o aumento das passagens de ônibus desde 2013. Usa a cor vermelha em suas bandeiras e camisetas.

23.jan.2015 - Integrantes do Movimento Passe Livre participam de mais um ato na região central de São Paulo contra o aumento do valor da tarifa do transporte público, que passou de R$ 3,00 para R$ 3,50, e entrou em vigor no dia 6 de janeiro na capital paulista - Fernando Neve/Futura Press/Estadão Conteúdo - Fernando Neve/Futura Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Fernando Neve/Futura Press/Estadão Conteúdo

Juntos!

Juntos! é um movimento nacional que reúne jovens e surgiu no início de 2011 em São Paulo. Algumas das causas defendidas são a democratização do transporte público e do ensino --pedem 10% do PIB para a educação pública--, os direitos dos grupos LGBT e o combate ao preconceito e racismo. Vestem a cor amarela.

23.jan.2015 - Manisfestantes se concentram em frente ao Theatro Municipal de São Paulo, na região central da capital paulista, para um novo protesto contra o aumento da passagem de ônibus na cidade - Dario Oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo - Dario Oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo
Imagem: Dario Oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo

RUA Juventude Anticapitalista

Com estandarte e camisas laranjas, o RUA Juventude Anticapitalista nasceu no Rio de Janeiro em 2013. Atualmente está presente em 15 Estados brasileiros. É formado por universitários e defende o passe livre para toda a população, além dos direitos das mulheres, dos grupos LGBT e dos negros. 

20.jan.2015 - Integrantes do MPL (Movimento Passe Livre) começam a se reunir na praça Silvio Romero, no Tatuapé, na zona leste de São Paulo, na tarde desta terça-feira (20). O movimento marcou para as 17h a terceira manifestação do ano contra o aumento da tarifa dos ônibus, metrô e trem. Os preços das passagens subiram de R$ 3,00 para R$ 3,50 no começo de janeiro. Os manifestantes pretendem fechar a Radial Leste, principal ligação entre a zona leste de São Paulo e o centro - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Imagem: Reprodução/Twitter

Fanfarra do M.A.L.

Fanfarra do M.A.L. (sigla para Movimento Autônomo Libertário) é caracterizada por um estandarte vermelho e preto e geralmente usa instrumentos percussivos e de sopro nos atos. Alguns dos princípios defendidos são o apartidarismo e o anticapitalismo.

16.jan.2015 - Integrantes do coletivo Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre!) em ato em São Paulo - Divulgação/Anel - Divulgação/Anel
Imagem: Divulgação/Anel

Anel

Lançada como uma alternativa à Une (União Nacional dos Estudantes), a Anel --sigla para Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre!-- almeja que 2% do PIB brasileiro seja dedicado ao transporte público. Além dos interesses estudantis, buscam apoiar causas trabalhistas e sindicais. Seus integrantes vestem camisetas verdes.

23.jan.2015 -  Em quarto ato do ano contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo, manifestantes fazem passeata pelas ruas da região central da capital paulista. Os preços das passagens de ônibus, metrô e trem subiram de R$ 3 para R$ 3,50 no começo de janeiro - Dario Oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo - Dario Oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo
Imagem: Dario Oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo

Sindicato dos Metroviários

Além de defender o barateamento das passagens de metrô para a população, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo participou dos atos deste mês. Eles pedem a readmissão dos funcionários que foram demitidos na greve de 2014.

20.jan.2015 - Manifestantes fazem passeata em direção à avenida Radial Leste, no Tatuapé, em protesto contra o aumento da tarifa dos ônibus, metrô e trem, nesta terça-feira (20) - Ernesto Rodrigues/Folhapress - Ernesto Rodrigues/Folhapress
Imagem: Ernesto Rodrigues/Folhapress

Partidos de esquerda - PCO, PSOL e PSTU

Em 2013, a participação de militantes de partidos políticos nos protestos do MPL gerou críticas. Militantes de legendas  foram acusados de "oportunismo" e hostilizados por manifestantes. Hoje a situação parece ser de convivência pacífica. "Nós estamos sempre participando das assembleias do Passe Livre", diz Antônio Carlos Silva, secretário da executiva nacional do PCO (Partido da Causa Operária).