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Criminosos incendeiam 2 ônibus em Santa Catarina e PM teme emboscada

Renan Antunes de Oliveira

Do UOL, em Florianópolis

28/02/2015 12h24

Dois ônibus foram incendiados na noite dessa sexta-feira (27) no sul de Santa Catarina, um em Criciúma e outro na estrada que liga este município a Morro da Fumaça, ambos a 200 km de Florianópolis.

As guarnições do 9º batalhão da Polícia Militar já esperavam os ataques que, segundo o órgão, seriam emboscadas. Por isso não atenderam as ocorrências. Nenhuma delas teve vítimas, exceto por um jornalista apedrejado por populares na cena de um dos incêndios, com ferimentos leves.

A PM informou que aguardava os ataques como retaliação à morte de dois homens em confronto com policiais na noite de quinta-feira.

Conforme a PM, vários homens pararam um ônibus da empresa Forquilhinhas por volta das 20h30 na rua Silvino Rovaris, obrigaram os passageiros a descer e atearam fogo no veículo. Em seguida, dispararam tiros no ônibus em chamas. A PM foi chamada, mas não compareceu ao local.

Em protesto contra a insegurança e por conta das mortes do dia anterior, moradores apedrejaram os bombeiros enquanto eles combatiam o fogo, forçando-os a deixar a cena do crime.

Segundo o coronel Márcio Cabral, comandante do 9º batalhão da PM, o setor de inteligência apura os crimes como possível vingança pela morte de dois homens no confronto de quinta-feira, mas também como obra de criminosos ligados aos grupos que cometeram ataques idênticos em 2012. De acordo com o coronel, o indicativo da segunda hipótese é o local onde foi queimado o primeiro ônibus, localizado na mesma rua onde começaram os ataques a ônibus em 2012.

Um segundo ônibus foi atacado da mesma forma, numa estrada próxima, pouco antes da meia-noite. A PM também não atendeu a ocorrência, sob a alegação de que várias denúncias falsas ao telefone 190 foram feitas da região, apenas para atrair policiais e possivelmente emboscá-los.

Somando estes dois mais recentes ataques, já são seis os ônibus queimados em dez dias no Estado desde a segunda-feira de Carnaval. Os outros quatro aconteceram na capital.

Em Florianópolis, a Polícia Civil iniciou uma investigação focada nos integrantes do PGC (Primeiro Grupo Catarinense), organização nascida nos presídios e que coordenou as três ondas de ataques ocorridas em Santa Catarina nos últimos anos.

A última série ocorreu em outubro do ano passado, igualmente após uma ação policial com morte de criminosos. Daquela vez foram cinco. Em retaliação, a resposta do PGC teria sido uma onda com cem incêndios em 33 cidades.