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No quarto dia de greve, garis trabalham com escolta privada no Rio

Garis fazem a limpeza de ruas da Lapa, no centro do Rio, acompanhados de escolta privada - Ale Silva/Agência O Globo
Garis fazem a limpeza de ruas da Lapa, no centro do Rio, acompanhados de escolta privada Imagem: Ale Silva/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

16/03/2015 11h04

A greve dos garis do Rio de Janeiro entrou nesta segunda-feira (16) em seu quarto dia. Segundo a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana), durante o fim de semana foram registradas denúncias de violência contra garis que tentavam trabalhar. Em diversos pontos da cidade a coleta de lixo está sendo realizada com escolta da Polícia Militar, da Guarda Municipal e de uma empresa de segurança privada.

Um dos atos de intimidação teria ocorrido neste sábado (14), em Piedade, na zona norte da cidade. De acordo com a Comlurb, homens armados teriam ameaçado os garis que não aderiram à paralisação. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

Na sexta-feira (13) a Justiça do Trabalho considerou a greve ilegal e determinou que 75% dos trabalhadores continuassem realizando os serviços de limpeza e coleta. De acordo com a Comlurb, no entanto, esse acordo não tem sido cumprido. O sindicato da categoria nega.

Em assembleia, os trabalhadores recusaram a proposta de aumento anual de 7,7% no salário-base, que hoje é de R$ 1.100 – inicialmente, a prefeitura ofereceu 3%. Os garis pedem 40% de reajuste e um aumento no vale-refeição de R$ 20 para R$ 27.

Segundo Luciano Araújo, presidente do sindicato dos garis, categoria e representantes da Comlurb irão se reunir novamente nesta segunda na sede do Ministério Público para negociar, mas ainda não há sinal de acordo. Na quarta (18) já está marcada uma audiência no TRT para buscar uma solução caso não haja uma definição até a data.

Em 2014, uma greve dos garis iniciada durante o Carnaval levou a categoria a obter um reajuste de 37%. O sindicato informa que esse percentual era apenas para quem recebia o salário base.

Na sexta (13), o prefeito Eduardo Paes chegou a dizer que "trabalhadores do Brasil estão negociando para não ser demitidos". "Se eu chegar lá no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), montar uma barraquinha e disser 'preciso de garis emergenciais', vou trazer 18 mil garis pra cá".