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Anistia diz que Richa e PM precisam se responsabilizar por repressão no PR

"Imagens mostram que a polícia fez uso desproporcional da força", diz nota - Giuliano Gomes/Estadão Conteúdo
"Imagens mostram que a polícia fez uso desproporcional da força", diz nota Imagem: Giuliano Gomes/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

30/04/2015 14h16

A Anistia Internacional cobrou nesta quinta-feira (30) que o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e o comando da Polícia Militar do Estado assumam a responsabilidade "pela repressão violenta" à manifestação de servidores públicos realizada na quarta (29) em frente à Assembleia Legislativa do Estado, em Curitiba.

A Anistia afirmou em nota que "as imagens em foto e vídeo mostram que a polícia fez uso desproporcional da força para conter os manifestantes, resultando em mais de 200 feridos, entre professores, manifestantes e jornalistas".

"É fundamental que a violência de ontem seja investigada, de forma célere e independente, e que as autoridades do alto escalão também sejam responsabilizadas pelo que ocorreu. A polícia não age por conta própria, e as falas das autoridades mostram que, para o governo, a ação policial foi adequada. Isso é um agressão à liberdade de expressão e ao direito à manifestação pacífica", disse Atila Roque, diretor-executivo da Anistia Internacional Brasil.

A Polícia Militar do Paraná usou balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta, jatos d’água e cães para dispersar os manifestantes.

A Anistia vem criticando o “uso abusivo” das armas menos letais no Brasil e cobra a sua regulamentação. Em relatório lançado neste mês, a organização diz que “ficam claros os riscos médicos (de ferimentos graves até a morte) do uso de uma grande variedade de armas e equipamentos utilizados no policiamento, incluindo o controle da multidão durante manifestações”.

“A falta de investigação e responsabilização por estes abusos é como uma carta branca para o contínuo uso desses instrumentos”, afirma a Anistia.

A PM bloqueava a Assembleia Legislativa do Paraná para impedir que os servidores públicos acompanhassem a votação de um projeto que muda regras previdenciárias no Estado. O governo do Paraná havia obtido na Justiça uma decisão favorável ao bloqueio do Legislativo durante a votação.

O governador Beto Richa defendeu a atuação da Polícia Militar e atribuiu a violência à ação de black blocs. A Polícia Militar procurou rebater as críticas pelo uso de "força desproporcional" na contenção dos manifestantes. "Desproporcional seria usar armas letais", declarou a coordenadora de imprensa da corporação, Márcia Santos.