Topo

Ferroviários de SP rejeitam propostas e iniciam greve nesta quarta-feira

Passageiros lotam a plataforma da estação Luz, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) - Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo
Passageiros lotam a plataforma da estação Luz, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) Imagem: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

02/06/2015 19h25Atualizada em 03/06/2015 08h53

Os funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram, em assembleia realizada na noite desta terça-feira (2), que entrarão em greve em quatro linhas --7-rubi, 10-turquesa, linhas 11-coral e 12-safira-- a partir da 0h desta quarta-feira (3), em São Paulo. Cerca de 2,8 milhões de passageiros que usam os trens diariamente deverão ser prejudicados.

Para as linhas 7-rubi e 10-turquesa, que atendem a capital, ABC Paulista e outras cidades da região metropolitana, a paralisação será por tempo indeterminado. Uma nova assembleia já está agendada para esta quarta-feira, às 14h, para avaliar possíveis novas propostas da CPTM e definir os rumos da greve.

Já o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, que representa as linhas 11-coral e 12-safira, vai realizar a partir desta quarta uma paralisação de 24 horas. Depois farão uma assembleia no dia 11 de junho, no TRT, para avaliar novas propostas.

Os trabalhadores das linhas 8-diamante e 9-esmeralda, ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana, decidiram não aderir à paralisação e afirmam que irão trabalhar normalmente nesta quarta-feira. Mas eles também não aceitaram as propostas da empresa e mantiveram o estado de greve (em que avisam Justiça e CPTM sobre a possibilidade de greve).

Uma nova reunião de conciliação entre representantes da CPTM e funcionários da empresa terminou sem acordo na tarde desta terça. O encontro acenou com três novas propostas: duas feitas pela empresa e uma pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

As propostas da CPTM foram reajuste salarial de 7,72% --6,65% do IPC/Fipe (de março) mais 1% de produtividade sobre esse valor– e mais 10% sobre os benefícios, ou reajuste de 8,25% sobre salários e sobre os benefícios. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) propôs aumento de 8,5% nos salários e benefícios, mas o percentual não foi aceito pela empresa.

Os funcionários, por sua vez, já tinham definido em assembleia realizada na semana passada uma contra-proposta de aumento salarial de 9,29% (7,68% do INPC, mais 1,5% de aumento real), além de igualdade em relação aos metroviários nos valores dos benefícios vale-alimentação, vale-refeição e auxílio materno infantil.

O último reajuste da categoria aconteceu em maio do ano passado e foi de 7,5%. Na ocasião, o acordo com os funcionários foi fechado no dia anterior ao marcado para iniciar a greve.

Uma liminar concedida no último dia 22 pelo desembargador do TRT Wilson Fernandes proíbe a "liberação de catracas" e determina um contingente mínimo na greve: 90% do efetivo de maquinistas e 70% em relação às demais atividades (operação e manutenção de trens, entre outros)-- nos horários de pico, entre 4h e 10h e entre 16h e 21h-- e ainda um efetivo de 60% nos demais horários.

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo (linhas 7-rubi e 10-turquesa), Maurício Alves, confirmou que a mobilização da greve deverá ser de 100% e que a CPTM não procurou o sindicato para discutir o contingente de emergência.

Em nota, a CPTM diz considerar "irresponsável" a decisão de greve dos dois sindicatos. "A decisão vai contra a recomendação da Justiça de continuar as negociações sem paralisação dos serviços até o próximo dia 11 de junho, quando haverá nova reunião no TRT", diz o texto.

Metrô e ônibus

Na segunda-feira (1º), os trabalhadores do Metrô de São Paulo desistiram de fazer a paralisação que aconteceria a partir desta terça (2). Eles aceitaram a proposta de aumento oferecida pelo Metrô, de reajuste de 8,29%, dos quais 7,21% seriam pelo índice de inflação IPC/FIPE (de maio) mais cerca de 1% de aumento real.

A SPTrans informou que por conta da paralisação da CPTM será acionado o Plano de Apoio entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) nesta quarta-feira. Haverá reforço nas linhas de ônibus que circulam por ramais atendidos pelos trens da companhia na cidade. (Com "Folha")