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Com greve da CPTM, pontos de ônibus e estações do metrô e trem lotam

Do UOL, em São Paulo

03/06/2015 09h11Atualizada em 03/06/2015 10h14

A greve parcial dos funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), que atinge quatro das seis linhas, deixou a cidade de São Paulo com trânsito carregado, pontos de ônibus lotados e estações do metrô e trem abarrotadas na manhã desta quarta-feira (3).

Das seis linhas de trem, a 10-turquesa e 12-safira estão fechadas. As linhas 7-rubi e 11-coral funcionam parcialmente e apenas as linhas 8-diamante e 9-esmeralda operaram normalmente.

Às 9h30, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrava 104 km de lentidão no trânsito, índice que ficou perto da média máxima para o horário. O rodízio de veículos não foi suspenso.

Muitos usuários dos trens metropolitanos de São Paulo foram surpreendidos, desde a madrugada, pela greve dos funcionários da CPTM que afeta quatro das seis linhas que ligam partes da região metropolitana à capital.

Em Santo André (município do ABC), por exemplo, vários passageiros desavisados deram de cara com cartazes sobre a paralisação na estação da linha 10-turquesa, que liga a cidade ao centro de São Paulo e não está funcionando. A alternativa é pegar ônibus em frente à estação, mas é preciso antes enfrentar uma longa fila.

As seis linhas da CPTM atendem cerca de 3 milhões de passageiros. A greve afeta até 2 milhões de pessoas hoje.

Se você não conseguiu ir ao trabalho, à escola ou teve outras dificuldades por conta da greve, envie seu relato, em texto, foto ou vídeo, pelo WhatsApp do UOL Notícias (11) 97500-1925.

Região do ABC é uma das mais afetadas com a greve

Metrô em operação normal

As linhas do Metrô funcionam normalmente hoje, com a realização de transferências de passageiros nas estações Luz (para as linhas 7-rubi e 11-coral) e Pinheiros (para a linha 9-esmeralda).

Os metroviários, que também poderiam entrar em greve hoje, fecharam acordo de reajuste salarial com o Metrô, na segunda-feira (1º), o que evitou a paralisação. Pelo acordo, foi definido reajuste salarial de 8,29% e de 10% nos benefícios de vale-refeição e vale-alimentação.

Reforço em ônibus

A SPTrans (empresa de transporte municipal em São Paulo) informou que a CPTM não solicitou o Paese (plano de emergência com ônibus), mas que reforçou as linhas que circulam por ramais atendidos pelos trens da companhia na cidade.

A greve

Os ferroviários decidiram ontem entrar em greve por aumento de salários e devem manter a paralisação por 24 horas. Está marcada para as 14h uma nova assembleia entre os funcionários representados por um dos quatro sindicatos que participam do movimento grevista.

A proposta da CPTM foi reajuste salarial de 7,72% --6,65% do IPC/Fipe (de março) mais 1% de produtividade sobre esse valor– e mais 10% sobre os benefícios, ou reajuste de 8,25% sobre salários e sobre os benefícios. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) propôs aumento de 8,5% nos salários e benefícios, mas o percentual não foi aceito pela empresa.

Os funcionários, por sua vez, já tinham definido em assembleia realizada na semana passada uma contra-proposta de aumento salarial de 9,29% (7,68% do INPC, mais 1,5% de aumento real), além de igualdade em relação aos metroviários nos valores dos benefícios vale-alimentação, vale-refeição e auxílio materno infantil.

Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta manhã, o secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, disse esperar que a paralisação dos serviços termine até a tarde.

O secretário afirmou que o governo do Estado vai pedir à Justiça que determine que a greve é abusiva. Segundo Pelissioni, caso o pedido seja aceito, poderá haver corte de ponto dos funcionários e demissões.

Uma liminar da Justiça proíbe que sejam liberadas as catracas de acesso às linhas de trem e determina que, no horário de pico, trabalhem pelo menos 90% dos maquinistas e 70% do efetivo em demais atividades, e ao menos 60% em demais horários.