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PM usa bombas de gás para conter passageiros que depredaram estação em SP

Do UOL, em São Paulo

03/06/2015 10h03Atualizada em 03/06/2015 15h57

A Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para tentar conter passageiros que depredaram a estação Francisco Morato (Grande São Paulo) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O grupo ficou revoltado com a greve que paralisa nesta quarta-feira (3) a operação nessa estação, que é atendida pela linha 7-rubi.

A CPTM informou que mais três estações da linha 7-rubi foram abertas às 11h30 após o tumulto. A linha passou a operar da estação Palmeiras-Barra Funda até Francisco Morato. Até então, os trens estavam circulando apenas até a estação Caieiras.

Das seis linhas de trem, a 10-turquesa e 12-safira estão fechadas. As linhas 7-rubi e 11-coral funcionam parcialmente e apenas as linhas 8-diamante e 9-esmeralda operaram normalmente.

A depredação é visível até mesmo do lado de fora da estação, pois um muro de concreto foi quebrado. Moradores da cidade de Francisco Morato que precisam se deslocar para a capital nesta manhã se concentram em frente à estação. Homens da Tropa de Choque fazem um cordão para isolar a entrada.

A PM informou que recebeu um chamado pelo 190 sobre quebra-quebra e que uma equipe de patrulhamento foi até o local.  A CPTM disse que um homem foi detido e levado por seguranças da estação até uma delegacia de polícia porque estava motivando passageiros, do lado de fora, a jogar pedras e a fazer tumulto.

Ônibus estão lotados

Os pontos de ônibus pela cidade, opção que restou aos passageiros que utilizam o transporte público para ir a São Paulo, também estão lotados. “Tentei pegar ônibus para a Barra Funda, mas o ônibus já chega lotado e eles nem param no ponto”, reclama Juliana Lima, 22, que trabalha com telemarketing. Ela precisa chegar ao largo São Bento, região central de São Paulo.

“Eu tentei passar pelo escadão para sair na estação, mas, enquanto tentava descer, todos tentavam subir. Os seguranças estavam dando choque em todo mundo, e todo mundo estava quebrando tudo. Quando eu consegui sair, eles jogaram bombas de gás”, conta Juliana.

As seis linhas da CPTM atendem cerca de 3 milhões de passageiros. A greve afeta até 2 milhões de pessoas hoje.

Se você não conseguiu ir ao trabalho, à escola ou teve outras dificuldades por conta da greve, envie seu relato, em texto, foto ou vídeo, pelo WhatsApp do UOL Notícias (11) 97500-1925.

Região do ABC é uma das mais afetadas com a greve

Metrô em operação normal

As linhas do Metrô funcionam normalmente hoje, com a realização de transferências de passageiros nas estações Luz (para as linhas 7-rubi e 11-coral) e Pinheiros (para a linha 9-esmeralda).

Os metroviários, que também poderiam entrar em greve hoje, fecharam acordo de reajuste salarial com o Metrô, na segunda-feira (1º), o que evitou a paralisação. Pelo acordo, foi definido reajuste salarial de 8,29% e de 10% nos benefícios de vale-refeição e vale-alimentação.

Reforço em ônibus

A SPTrans (empresa de transporte municipal em São Paulo) informou que a CPTM não solicitou o Paese (plano de emergência com ônibus), mas que reforçou as linhas que circulam por ramais atendidos pelos trens da companhia na cidade.

A greve

Os ferroviários decidiram ontem entrar em greve por aumento de salários e devem manter a paralisação por 24 horas. Está marcada para as 14h uma nova assembleia entre os funcionários representados por um dos quatro sindicatos que participam do movimento grevista.

A proposta da CPTM foi reajuste salarial de 7,72% --6,65% do IPC/Fipe (de março) mais 1% de produtividade sobre esse valor– e mais 10% sobre os benefícios, ou reajuste de 8,25% sobre salários e sobre os benefícios. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) propôs aumento de 8,5% nos salários e benefícios, mas o percentual não foi aceito pela empresa.

Os funcionários, por sua vez, já tinham definido em assembleia realizada na semana passada uma contra-proposta de aumento salarial de 9,29% (7,68% do INPC, mais 1,5% de aumento real), além de igualdade em relação aos metroviários nos valores dos benefícios vale-alimentação, vale-refeição e auxílio materno infantil.

Em entrevista à rádio Jovem Pan nesta manhã, o secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, disse esperar que a paralisação dos serviços termine até a tarde.

O secretário afirmou que o governo do Estado vai pedir à Justiça que determine que a greve é abusiva. Segundo Pelissioni, caso o pedido seja aceito, poderá haver corte de ponto dos funcionários e demissões.

Uma liminar da Justiça proíbe que sejam liberadas as catracas de acesso às linhas de trem e determina que, no horário de pico, trabalhem pelo menos 90% dos maquinistas e 70% do efetivo em demais atividades, e ao menos 60% em demais horários. (Com Agência Brasil)