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Argentino acusado de crimes contra a humanidade é preso pela PF no RS

Reprodução/Twitter/@agenciapf
Imagem: Reprodução/Twitter/@agenciapf

Do UOL, em Porto Alegre

07/07/2015 16h18Atualizada em 08/07/2015 08h36

Agentes da PF (Polícia Federal) prenderam em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, um policial argentino procurado internacionalmente, acusado de crimes contra a humanidade ocorridos durante a ditadura na Argentina.

Roberto Oscar Gonzalez, 64 anos, estava foragido e é acusado de crimes como sequestro, cárcere privado, tortura, genocídio e roubo qualificado.

A prisão ocorreu na área rural de Viamão, em uma propriedade, a qual Gonzalez dividia com outro policial argentino procurado, Pedro Osvaldo Salvia, 63.  Este último teria morrido no dia 17 de junho, devido a problemas de saúde. 

Gonzalez estava morando em um sítio às margens da RS-118 e trabalhava no local, que produz equipamentos para rodeio. Conforme a PF, ele morava na região há cerca de quatro anos. Antes, teria vivido em Porto Alegre, onde tinha uma empresa de importação e exportação.

Quando seu pedido de prisão foi decretado pelo STF, há dez anos, ela passou para a clandestinidade. A empresa fechou, mas o argentino continuou utilizando um carro comprado no nome da companhia. 

A PF começou a fechar o cerco quando surgiu uma multa ao veículo registrada em Viamão.  

Nesse meio tempo, recebeu o amigo dos tempos de ditadura, Salvia que, doente, deixou o Rio de Janeiro, onde vivia.

No dia 17 de junho, Salvia passou mal em casa e foi socorrido por Gonzales. A causa de sua morte não foi identificada pelos médicos do hospital de Viamão, que o socorreram. Seu corpo, então, foi levado ao DML (Departamento Médico Legal), o que fez com que a PF fosse acionada.

Foi o que bastou para fechar o cerco a Gonzales. Com base na multa paga e na descoberta de Salvia, agentes passaram a monitorar a localidade em que Gonzalez foi preso.

De acordo com a PF, ele não demonstrou reação ao ser surpreendido. Em conversas informais, inclusive, admitiu pertencer a grupos ligados aos militares e responsáveis por centenas de mortes durante a ditadura argentina.
 
"Informalmente, ele admitiu as mortes e comentou que a equipe dele foi responsável por 1.200 execuções", revelou uma fonte da PF que pediu para não ser identificada.

Havia contra cada um dos procurados uma recompensa de 500.000 pesos argentinos (cerca de R$ 175 mil), segundo o Ministério da Justiça e Direitos Humanos da Argentina. Conforme a imprensa argentina, Salvia e González são acusados de participar do desaparecimento e assassinato do jornalista e escritor argentino Rodolfo Walsh, em março de 1977.