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Durante anúncio de corte, Dilma usa Twitter pra comentar ataque a senegalês

Do UOL, em São Paulo

14/09/2015 18h53

A presidente Dilma Rousseff (PT) usou sua conta no Twitter na tarde desta segunda-feira (14) para repudiar o ataque ao imigrante senegalês Cheikh Oumar Foutyou Diba, 25. O rapaz teve o corpo incendiado por um grupo de homens na manhã de sábado (12) enquanto dormia em uma rua de Santa Maria (RS).

“Lamento profundamente o incidente envolvendo o senegalês Cheikh Diba”, tuitou Dilma enquanto o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciava o corte de gastos no Orçamento de 2016.

“Este é um ato criminoso que deve ser investigado e o (s) responsável (is) severamente punido (s)”, afirmou a presidente. “O Brasil foi e é um país formado em sua esmagadora maioria por imigrantes. Este episódio ofende nossa histórica tradição de acolhida e respeito aos imigrantes que vêm ao Brasil construir suas vidas”, prosseguiu.

“Reafirmo meu repúdio a toda forma de violência, intolerância e ódio. Combatemos a xenofobia que está se tornando o pior dos males deste século. Determinei à Polícia Federal que abra inquérito”.

As mensagens foram publicadas na conta oficial da presidente no mesmo momento em que os ministros Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, do Planejamento, anunciavam um corte de R$ 26 bilhões nas despesas do governo e a volta da CPMF

Até as 19h desta segunda, a assessoria de imprensa da Polícia Federal informou que não havia pedido formal para a abertura de inquérito sobre o caso, mas reiterou que a PF está "à disposição das autoridades gaúchas para auxiliar nas investigações".

Senegalês também foi roubado

Além de atear fogo no colchão onde Diba dormia, os homens roubaram os tênis, R$ 500 e uma maleta com bijuterias que o imigrante vendia no centro da cidade.

De acordo com a polícia gaúcha, o imigrante do Senegal possui passaporte, está em situação legal no país e não se comunica bem em português.

Depois de ser atendido numa unidade de saúde, ele teve alta na noite de sábado e foi abrigado por voluntários do grupo Migraidh (Direitos Humanos e Mobilidade Humana Internacional), da Universidade Federal de Santa Maria.