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Ex-diretor de RH é preso acusado de desviar R$ 2 mi de prefeitura em MG

Renata Tavares

Colaboração para o UOL, em Uberlândia

06/11/2015 06h00

O ex-diretor do departamento de Recursos Humanos da Prefeitura de Ituiutaba (678 quilômetros de Belo Horizonte, em Minas Gerais), Washington Doniro Pinheiro da Silveira, foi preso na noite de quarta-feira (4) sob a acusação de desviar mais de R$ 2 milhões entre 2009 e 2015.

Doniro foi apontado como mentor e principal executor de um esquema de fraude na folha de pagamento dos médicos da cidade. Além dele, outras três pessoas foram indiciadas, entre elas dois funcionários da controladoria e o secretário municipal de Fazenda, Administração e Recursos Humanos, Luiz Félix. 

Segundo a delegada Daniela Medeiros, Doniro fazia falsa atribuição de plantões médicos no Pronto Socorro Municipal e desviava o valor para uma conta particular. O inquérito tem mais de 3.000 páginas e durou oito meses de investigação. 

Ao todo 15 médicos tiveram documentos adulterados.“Todo departamento de RH tem a folha de pagamento. Essa folha era entregue para ele, ele pegava e fazia a adulturação. Lá, colocava os plantões a mais que pretendia desviar”, disse a delegada. 

O secretário vai responder por omissão, já que, em depoimento, disse ter percebido um aumento significativo na folha de pagamento entre 2009 e 2010. “Ele teria condições de ter percebido o golpe e sentido que ali teria um desvio. Poderia ter solicitado uma auditoria na própria pasta”, disse a delegada. 

Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Ituiutaba informou que a denúncia foi feita pela própria prefeitura em abril deste ano depois que uma das funcionárias percebeu uma anomalia na folha de pagamento e apresentou ao secretário Luiz Félix. 

Segundo a assessoria, Luiz Félix está em período de férias e fora da cidade e não poderá comentar sobre o indiciamento. 

Washington Doniro Pinheiro da Silveira era funcionário de carreira e foi exonerado do cargo logo após o início da investigação da Polícia Civil. O UOL tentou contato com o seu advogado, Aurélio Pajuaba Nehme, mas ele não atendeu às ligações.