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Vale envia água com querosene para moradores de Governador Valadares (MG)

Moradores de Governador Valadares (MG) fazem fila para pegar água potável em um posto de gasolina - Gilmar Carvalho/Cortesia
Moradores de Governador Valadares (MG) fazem fila para pegar água potável em um posto de gasolina Imagem: Gilmar Carvalho/Cortesia

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

13/11/2015 19h37

O primeiro carregamento de água enviado na tarde desta sexta-feira (13) pela Vale para atender os 296 mil habitantes de Governador Valadares (MG), que tiveram corte no fornecimento após o rompimento das barragens da Samarco em Mariana (MG), está contaminado com alto teor de querosene, segundo a prefeitura da cidade.

Cerca de 300 mil litros, captados em Ipatinga (MG), distante 120 quilômetros do município, e transportados em dois vagões-tanque da mineradora pelas linhas da estrada de ferro Vitória-Minas, foram imediatamente descartados assim que chegaram na cidade.

Segundo nota da Prefeitura de Govenador Valadares, os técnicos do Saee (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Governador Valadares fizeram os testes na água, antes de sua distribuição e identificaram a contaminação.

“A própria Vale, por meio do responsável pelas Relações Institucionais da empresa, Henrique Lobo, admitiu que os primeiros vagões foram enviados por equívoco e que novos vagões chegam ainda esta noite (sexta-feira, 13). A água com alto teor de querosene já foi descartada”, informou a Prefeitura de Governador Valadares.

Ontem, após protestos de moradores queimando pneus nas linhas férreas e interrompendo o fluxo de vagões de minério de ferro da companhia, a Vale anunciou que iria enviar os vagões-tanque com água potável.

O Saee (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Governador Valadares ficou sem água para captar no rio Doce, após a lama de rejeitos de pelotas minério de ferro das barragens da Samarco (mineradora que pertence à Vale e à australiana BHP) ruírem semana passada em Mariana (MG), e não teve outra alternativa para receber água, além dos caminhões pipa. A captação de água no rio Doce tornou-se tecnicamente inviável.

UOL tentou contato com a assessoria da Vale, mas não obteve resposta.