"Estamos perdendo parte da memória nacional", diz presidente do Iphan

O presidente-substituto do Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e diretor do Departamento de Patrimônio Material do órgão, Andrey Rosenthal Schlee, disse estar chocado com a destruição provocada pelo incêndio de grandes proporções que atingiu o Museu da Língua Portuguesa, e o prédio da Estação da Luz, na região central de São Paulo.

“É um choque. O incêndio atinge seriamente um patrimônio com valores nacionais inquestionáveis. É claro que estamos perdendo parte da memória nacional”, afirmou.

O Iphan é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura que responde pela preservação do patrimônio cultural brasileiro. Cabe ao Iphan proteger e promover os bens culturais do país, assegurando sua permanência e usufruto pela população.

Inaugurado em março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa é composto por três pavimentos dedicados à valorização e difusão do idioma (patrimônio imaterial). Reúne exposições sobre as origens, a história e as influências sofridas pela língua, bem como promove cursos, palestras e seminários sobre o tema. 

O edifício é considerado um patrimônio histórico do século 19, inspirado na construção inglesa. Em 1946, um incêndio teria destruído boa parte do prédio, que foi restaurado em 2006. O projeto de restauração chegou a custar R$ 37 milhões.

Segundo Schlee, técnicos do órgão acompanham os trabalhos dos bombeiros para avaliar os prejuízos. “O prédio está diretamente ligado ao desenvolvimento da cidade de São Paulo. Vamos buscar sua recuperação juntamente com as autoridades paulistas”, disse.

O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também lamentou a tragédia. "Nós vamos reconstruir o museu rapidamente com o apoio da iniciativa privada", afirmou.

“É uma tragédia sem proporções para a cultura da cidade e do Estado”, disse a prefeita em exercício de São Paulo, Nádia Campeão (PC do B). “Estamos aqui para ajudar”, completou.