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Rio Doce sobe 3 metros e cidade pede que população evite contato com a água

Em novembro, Governador Valadares ficou sem água para beber ou lavar louça por causa da onda de lama vinda de Mariana - Bruno Alencastro/Agência Rbs/Estadão Conteúdo
Em novembro, Governador Valadares ficou sem água para beber ou lavar louça por causa da onda de lama vinda de Mariana Imagem: Bruno Alencastro/Agência Rbs/Estadão Conteúdo

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

21/01/2016 20h24

O nível do rio Doce chegou aos 3,2 metros acima do seu nível normal, por volta das 18h desta quinta-feira (21), em Governador Valadares (MG), a 310 Km de Belo Horizonte, por causa das chuvas dos últimos dias no Estado.

Além das intensas chuvas que caem na região, de acordo com a Defesa Civil do município, o excesso de assoreamento, provocado pela lama vinda do rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), que fica a cerca de 320 km de Governador Valadares, contribuiu para o transbordamento do rio Doce no município. Em novembro do ano passado, a lama da Samarco chegou a interromper o abastecimento de água durante sete dias na cidade.

O alerta da Defesa Civil é para que os 280 mil habitantes do município evitem o contato com a água contaminada.

“Estamos alertando a população para que não tenha contato com a água do rio Doce para evitar doenças como leptospirose e hepatite e fique em alerta para não ser pega de surpresa”, disse o coordenador de Defesa Civil de Governador Valadares, Wilde Nonato.

Segundo ele, carros de som estão circulando pelos bairros ribeirinhos avisando sobre as evoluções do nível do rio Doce.

A tendência, explicou Nonato, de acordo com o último boletim Serviço Geológico do Brasil, é que o nível do rio se estabilize em torno da marca de 3 metros, a partir da madrugada desta sexta-feira (22). Mesmo assim, explicou ele, a recomendação é para que a população continue em alerta.

Segundo o coordenador, foram feitas 40 ocorrências no município, até o início da noite desta quinta-feira (21), a maioria queda de muros. Nesse horário já havia 76 pessoas desalojadas em abrigos organizados pela Prefeitura. Trinta e uma foram levadas para a escola Diocesano, no centro, e 45 para a Escola Tancredo Neves, no bairro Santa Rita.