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Falta de energia em cidades da Bahia causa prejuízos de até R$ 40 mil

Miraldo José de Araújo/Divulgação
Imagem: Miraldo José de Araújo/Divulgação

Mário Bittencourt

Colaboração para o UOL, em Vitória da Conquista (BA)

25/01/2016 19h39

Comerciantes e produtores rurais de dez cidades do sudoeste da Bahia começaram nesta segunda-feira (25) a contabilizar as perdas causadas pela falta de energia que durou mais de 40 horas, gerando, em alguns casos, prejuízos de até R$ 40.000.

Os municípios afetados foram Encruzilhada, Itambé, Caatiba, Cândido Sales, Macarani, Itarantim, Maiquinique, Potiraguá, Ribeirão do Largo e Itapetinga, onde uma torre de transmissão da zona rural caiu por causa das últimas chuvas na região e provocou o "apagão".

De acordo com a Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia), a torre está situada em um local de difícil acesso, em uma área de serra, no povoado de Rio do Meio.

A maioria das cidades ficou sem eletricidade das 0h de sábado até as 17h30 de domingo (24). Em Encruzilhada, o problema se estendeu por mais tempo, e a energia foi retomada às 4h desta segunda-feira (25).

Sobretudo nos pequenos mercados, o resultado foi a perda de mercadorias que precisam ficar congeladas. Nesta segunda, iogurtes, massas, comidas prontas, frangos, carnes, leites, manteigas e afins tiveram que ser jogados no lixo.

"Estou contabilizando ainda, mas foi um prejuízo muito alto, tiro por baixo uns R$ 5.000”, disse o empresário Miraldo José de Araújo, 55, dono de um supermercado em Itapetinga, cidade baiana que é uma das maiores produtoras de leite do Nordeste.

O leite que seria vendido no fim de semana pela Cooleite, uma cooperativa dos produtores locais, serviu apenas para usar como alimento para porcos e outros bichos.

"Perdemos mais de 20 mil litros, o que dá uns R$ 40.000", contou o presidente da Cooleite, Antonio Rodrigues. Ele afirmou que vai entrar na Justiça com pedido de indenização contra a Coelba.

O posto de gasolina da cooperativa teve de ficar parado durante dois dias, o que o fez deixar de comercializar ao menos R$ 15 mil por dia.

"Desde as primeiras horas de sábado entramos em contato com a Coelba e nos foi garantido que a energia voltaria até o meio-dia. Depois, adiaram para o final da tarde e nada. Se tivessem nos dito logo a gravidade do problema, teríamos tomado nossas providencias”, reclamou Rodrigues.

O dono de uma sorveteria de Itapetinga que não quis ter o nome divulgado contou que várias pessoas que possuem diabetes foram no estabelecimento dele comprar gelo para preservar a insulina. “Teve uma hora que o gelo acabou e não sei o que elas fizeram”, disse o comerciante, que também vai pedir indenização à Coelba.

Em nota, a companhia estadual informou que a volta do fornecimento de energia  em Encruzilhada demorou mais do que nos outros municípios porque um homem acabou derrubando uma árvore em cima da rede elétrica ao fazer uma poda.

"Desde o início do problema, técnicos foram acionados e trabalharam para restabelecer o sistema. Os trabalhos foram prejudicados pelas intensas chuvas, solo encharcado, além da localização da estrutura em local íngreme, na subida da serra”, comunicou a Coelba.

"Para conclusão do serviço foi necessário construir acessos e utilizar trator de esteira e retroescavadeira. A Coelba lamenta a falta de energia e coloca-se à disposição para os esclarecimentos necessários”, finaliza a nota.